A cesta
básica de São Paulo foi a mais cara do país no ano passado, de acordo com
pesquisa divulgada ontem pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos). O conjunto de alimentos essenciais totalizou R$
277,27 na capital paulista em dezembro, 4,57% a mais do que no mesmo mês de
2010, quando custava R$ 265,15. Em relação a novembro de 2011, a alta foi de
0,35%.
Quatro dos
13 produtos pesquisados ficaram mais baratos na capital paulista, segundo a
pesquisa: feijão carioquinha (-10,12%), batata (-5,68), arroz agulhinha
(-5,50%) e açúcar refinado (-0,86%). Os outros nove itens, porém, fizeram o
valor total fechar com alta. Os maiores aumentos foram registrados no tomate
(29,41%) e no café em pó (22,66%). Nos
demais produtos, a variação ficou abaixo de 10%.
A notícia da
alta não surpreende os paulistanos. “Acho que subiu até mais. Está tudo muito
caro”, diz a comerciante Maria Regina dos Santos Nunes, 51 anos, que começou a
substituir marcas de alguns produtos para as compras da casa. Ela sentiu
principalmente o aumento no preço do café e do tomate.
Tomate quase
nem entra mais na casa da aposentada Lucia Santana, 53 anos. Ela também sentiu
o peso da alta do produto e procura substitui-lo por beterraba e cenoura. Lucia
também reclama do preço da carne. “Eu estou partindo o bife no meio. A gente
tem de economizar”, comenta.
A dona de
casa Lidia Wanda Pereira, 56 anos, está trocando o bife por carne moída,
salsicha ou hambúrguer para economizar. Ela também reclama dos preços dos
materiais de limpeza. “Quanto mais alto o fator financeiro, mais vazio fica o
carrinho”, diz.
O diretor de
economia da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Martinho Paiva, afirma
que pesquisar em vários pontos é o mais importante para economizar.
O
comprometimento do salário mínimo com a compra da cesta básica em São Paulo no
ano passado ficou em 108 horas e 35 minutos, quase duas horas a mais do que em
2010, quando correspondia a 106 horas e 56 minutos. O percentual comprometido aumentou de 48,61% para 49,35%.
Com base na pesquisa, o Dieese estima que o
mínimo ideal para suprir as necessidades básicas da família deveria
atingir R$ 2.329,35, 4,27 vezes o salário de R$ 545 em vigor até dezembro.
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