terça-feira, 23 de abril de 2013

A MODA AGORA É VESTUÁRIO MEDIEVAL...

     ESCOLA FV.FABIO VICENTINI TREINAMENTO PARA HABILITADOS.

 

Vestuário medieval:


As roupas e os sapatos da época eram bastante volumosos e escondiam quase inteiramente o corpo, especialmente o da mulher. As mais jovens até chegavam a revelar o colo, mas a Igreja sempre desaprovou os decotes. Pode-se dizer também que já existia moda, naquele tempo, com a introdução de novidades na forma de vestidos, chapéus, sapatos, jóias, etc.
Vestuário básico das mulheres incluía roupa de baixo, saia ou vestido longo, avental e mantos, além de chapéus com formas as mais variadas (imitando a agulha de uma torre, borboletas, toucas com longas tiras) e exagerados (em alguns locais foi preciso alterar a entrada das casas para que as damas e seus chapéus pudessem passar). Na época, cabelos presos identificavam a mulher casada, enquanto as solteiras usavam cabelos soltos.
As cores mais usadas pelas mulheres eram o azul real, o bordô e o verde escuro. As mangas e as saias dos vestidos eram bufantes e compridas. As mais ricas usavam acessórios, como leques e jóias.
Para os homens, o vestuário se compunha de meias longas, até a cintura, culotes, gibão (uma espécie de jaqueta curta), chapéus de diversos tamanhos e sapatos de pontas longas. Os tecidos variavam de acordo com a condição social dos cavaleiros, o clima, a ocasião e local e, nos dias de festa, por exemplo, usavam ricas vestimentas, confeccionadas com tecidos orientais, sedas, lã penteada e veludo. E festa é o que não faltava, o ano inteiro, nas feiras e nas datas religiosas e profanas da Europa Medieval. Tanto nos castelos quanto nas vilas, aldeias e cidades, em tempos de fartura, tudo era motivo para comer, beber e dançar, com fantasias, máscaras, procissões, muita alegria e até certos excessos.
Os camponeses, apesar do sofrimento e a da penúria, gostavam de festas, danças e músicas. Várias danças folclóricas européias originam-se de festas e danças populares medievais.

BRUEGEL, Pieter. Dança dos camponeses. 1568. Óleo sobre madeira de carvalho: colorido; 114 x 164 cm. Museu Kunsthistoriches, Viena.





Algumas peculiaridades sobre a sociedade feudal

OS CASTELOS



Castelo da época do feudalismo

Os senhores feudais moravam em castelos fortificados, erguidos em meio às suas terras. Até o século X, eram, geralmente, de madeira. Com o enriquecimento dos senhores feudais, os castelos passam a ser construídos de pedra, formando verdadeiras fortalezas. Dentro dele viviam, monotonamente, o senhor, sua família, os seus domésticos e, em caso de guerra, todos os vassalos que ali se abrigavam do inimigo comum. O interior do castelo era amplo, mas frio, espartanamente mobiliado, oferecendo pouca comodidade. As únicas diversões eram, especialmente nos dias chuvosos, os cânticos dos jograis e as graças dos bufões. Em dias de sol, periodicamente, o senhor do castelo saía à caça, ou promovia torneios com cavaleiros vizinhos, disputando alegremente o jogo das armas.

OS SERVOS DA GLEBA

Os mais humildes dos vassalos eram os servos da gleba, que, de tão humildes, não tinham vassalos. Era o mais baixo degrau da sociedade feudal. Além de terem de lavrar a terra de seu suserano, davam-lhe o melhor de suas colheitas. Na guerra deviam lutar a seu lado, às vezes armados apenas com paus ou precárias lanças. Estavam sujeitos a prestar todo e qualquer serviço a seu senhor. Não podiam casar, mudar de lugar, herdar algum bem, se não tivessem a permissão de seu senhor. Moravam em miseráveis choupanas, nas próprias terras de seus suseranos.

ORDÁLIO

Era o costume de submeter o acusado, de um crime a um perigo, para ver se era culpado. (Por exemplo: colocar a mão em água fervendo; segurar um ferro em brasa. Acreditava-se que, se inocente, Deus produziria um milagre, não deixando que algum mal acontecesse ao presumível culpado). A Igreja lutou contra esse costume, procurando extingui-lo.

OS DUELOS

Os nobres costumavam praticar o duelo, para resolver suas questões pessoais. Também contra isso lutou a Igreja, que procurou levar o julgamento dos crimes aos tribunais dos príncipes e senhores, a quem caberia administrar a justiça.

A MULHER

A mulher na sociedade feudal era considerada um mero instrumento, máquina de procriação e objeto de propriedade e posse exclusiva do marido, seu amo e senhor. Não tinha qualquer direito, sequer o de escolher seu futuro marido e quando queriam se casar.

O LENDÁRIO CINTURÃO DA CASTIDADE

Era um artefato de ferro ou de couro que os homens colocavam em suas mulheres e que tinha uma tranca (ou uma espécie de cadeado) para impedir que elas, na ausência de seus maridos, mantivessem relações extraconjugais. O cinto de castidade tinha apenas um orifício (não dois como desenham muitos historiadores e artistas plásticos que tentam resgatar o mito dessa odiosa peça) por onde saiam às fezes e a urina da mulher. O grande problema era que, por não poderem fazer sua higiene, as mulheres acabavam vítimas de infecções urinárias graves por Escherichia coli, uma bactéria que é constituinte da flora normal do intestino, mas que no sistema urinário causa uma infecção gravíssima e que pode causar nefrite, nefrose e levar à morte. Muitas morriam ainda muito jovens por causa desse tipo de costume.

A HOMOSSEXUALIDADE

Praticamente não existiam homossexuais declarados e assumidos na idade média, pois a Igreja Católica os punia severamente e, diante do quadro de horrores a que estavam sujeitos, nenhum homem se declarava homossexual ou assumia sua condição e opção sexual.

HÁBITOS

A higiene na idade média era o ponto fraco, tanto que possibilitou o alastramento de doenças que quase dizimaram com toda a Europa medieval, especialmente a Peste Negra (peste bubônica) que exterminou quase dois terços da população.

ALIMENTAÇÃO

Basicamente carne de caça, alguns animais domésticos e vegetais.

LAZER

A diversão dos homens, cavaleiros, suseranos, servos eram, em grande parte os duelos e das mulheres, cuidar dos filhos.




A Moda na Era Medieval

A Era Medieval foi um período da História Européia que durou do século IV ao século XV. O texto abaixo é dividido de acordo com mudanças significativas da moda do período.

Idade Média – Anos 400 a 1200

Nessa época os europeus estavam preocupados com a sobrevivência, problemas políticos, sociais, guerras e o vestuário era funcional.
Os homens são descritos em túnicas de comprimento variável com cinto e mangas até o punho. Capuz, xales ou mantos protegiam as costas. Usavam também meias (chausses) de vários comprimentos que eram duas peças presas por um cinto embaixo da túnica ou calções (braies) que eram calças que iam até os tornozelos presas no quadril por um cordão. Nos pés, usavam um tipo de calçado de couro que chegava até a barriga da perna ou um modelo usado também por mulheres que exibia um trabalho em couro com tiras que se cruzavam na perna.
Já a túnica das mulheres ia do pescoço aos tornozelos, por baixo usavam uma camisa de linho de decote baixo e mangas curtas. As túnicas eram fechadas com broches, fitas, cintos e fivelas de ouro e prata cravejados de pedras preciosas coloridas.
Durante a Idade Média, a riqueza era mostrada com jóias. O broche usado para segurar o manto era um dos principais itens de decoração.
As mulheres casadas usavam o cabelo preso para cima com auxilio de pentes e grampos e os cobriam com um véu; as solteiras usavam duas tranças de cada lado da cabeça ou os cabelos soltos. Podia-se enfeitar os cabelos com fitas ou fios de ouro.

Os homens saxões usavam o cabelo curto, cacheado e uma barba curta e os escandinavos usavam cabelos compridos.
Nenhuma alteração importante foi feita na Moda Medieval até o séculos XI e XII quando acontece a bifurcação da indumentária, ocorre a diferenciação das roupas masculinas e femininas. O vestuário passa a ter um caráter mais ornamental. As roupas deixaram de ser quadradas para ser modelada ao corpo. Surge o corpete do vestido (para as classes altas) que era moldado justo até os quadris. O os vestidos tornam-se mais acinturados presos com uma amarração nas costas, com pequenos decotes e ornamentados com jóias em ouro na cintura e saia ampla caindo até os pés, às vezes formando uma cauda. A sobreposição dos vestidos era comum, usando-se um vestido longo bem ajustado ao corpo por baixo, com mangas justas e compridas e por cima outro vestido que poderia ser um pouco mais curto com mangas longas e caídas.
Os cabelos eram longos, divididos ou meio ou trançados. Também podiam esconder todo o cabelo com um gorro que se estendia até o pescoço, do tipo que vemos sendo usado por freiras. Havia uma faixa de linho chamada Barbette que passava sob o queixo e as têmporas. Para os homens, toucas de linho cobrindo as orelhas ou chapéu Frígio.
Barbette em Uta von Naumburg e reprodução atual

Idade Média – Anos 1200 a 1350

A produção de tecidos se aumentou e se tornou mais fácil através da invenção da roda de fiar e do tear horizontal. Houve um grande progresso nos tingimentos. Para os ricos, a cor era muito importante. O azul tornou-se moda, sendo adotado pelos reis da França, como sua cor heráldica. Virou moda as mulheres da nobreza se vestirem com cores de suas famílias. As roupas das classes altas e baixas distinguiam-se pela qualidade superior dos tecidos (sedas).
A Moda de vestir-se com cores das Heráldicas:
Havia o vestido longo, ajustado e decotado, fechado por cordões com mangas justas. As sobrevestes tornaram-se populares. Bainhas, golas e punhos podiam ser enfeitados com botões e laços
Os cabelos podiam ser presos, soltos ou repartidos no meio enfeitados com fitas, grinalda de flores, diademas com pedras preciosas, coroas ou tiaras. Podiam fazer longas tranças aumentadas com cabelos falsos ou de pessoas mortas. As mulheres casadas usavam véu sobre os cabelos; as matronas usavam uma touca de linho cobria a garganta (e muitas vezes o queixo), e era usada sob o véu.
Neste século, os homens usavam túnicas lisas, de tamanhos variados e mangas justas, sobreveste e um casaco curto e justo. Debaixo das túnicas vestiam o Brial, e as chausses. As calças em lã, linho ou seda, eram normalmente elaboradas com tecidos listrados ou com cores vivas. A moda eram roupas multicoloridas feitas de dois tecidos contrastantes, um de cada lado, o que foi especialmente popular na Corte Inglesa. Os cabelos eram encaracolados caídos sobre as orelhas. Nos pés, sapatos ou botas de pontas pontiagudas.
Roupa Multicolorida
Os camponeses tinham roupas básicas, simples e funcionais comumente nas cores cinza ou marrom. Os sapatos eram de pano e muitas vezes andavam descalços enquanto trabalhavam.
No século XIV, a Europa viveu o início de uma Pequena Era do Gelo e a lã era o material mais importante para o vestuário. A seda ainda era o melhor tecido, o mais caro, vindo do Oriente. A moda se tornou um indicador de riqueza e status.
O homem possuía visual mais exuberante que a mulher. Começaram a usar um manto ou xale longo, largo e sem mangas aberto dos lados, e um sobretudo comprido e largo com mangas longas e amplas. Botões e cintos ornamentados com pedrarias. Cabelos curtos podendo-se usar barba terminada em ponta. Nacabeça capirotes (barrete ou gorro em forma de crista), chapéu cônico, cilíndrico ou chaperon de abas acolchoadas e uma tira de tecido caindo até os ombros. Os sapatos eram feitos de couro e tinham inúmeros estilos ou então, botas fechadas com fivelas que cobriam a perna até ao joelho. Os calçados terminavam em uma ponta fina e longa na frente.
Capirote e chaperon
Os vestidos femininos do século XIV, eram simples e elegantes. A túnica, reta nos ombros tinha a saia larga, drapeada e com cauda. Lá por 1350, o corpete externo foi inventado, sendo que ele e a saia (costurandos juntos) podiam ser um de cada cor. As vestes eram fechadas com cordões na frente, do lado e a raramente nas costas. A sobreveste era feita de tecido mais valioso e tinha mangas mais curtas. As mangas eram justas até o cotovelo e a parte e trás caía até os joelhos. O casaco contornava as formas do corpo.
Os cabelos eram divididos ao meio e levantados sobre as orelhas formando um caracol e presos com redes (crespine). Neste século, era impressionante a variedade de enfeites de cabeça que se tornaram mais elaborados ainda nos anos seguintes. Os calçados eram iguais aos masculinos: pontudos.

Idade Média – Anos 1350 a 1450

Entre os anos de 1348 a 1350, a peste negra matou um terço da população Européia. Durante a peste era comum entre as mulheres o “Pregnancy Look” (estilo gravidez), elas vestiam um travesseiro sob a roupa para simular estarem sadias o suficiente a ponto de carregarem um bebê no ventre. Quem sobreviveu à peste prosperou, tornou-se rico em um curto espaço de tempo. Mostrar a riqueza adquirida entrou em jogo através da extravagância no vestir.
Homens usando Gibão, Jaquette e beca.
Na moda masculina, o gibão (um tipo de casaco abotoado na frente) podia ser de vários tipos de tecidos, em geral couro ou algum pano grosseiro de boa qualidade. Nunca tinha ornamentos ou bordados e passou a ser acolchoado para realçar o peito. Tinha mangas bufantes, gola alta e dava a impressão de cintura fina. A peça encurtou tanto a ponto de ser considerado indecente e exigir o uso do codpiece, uma aba (como um tapa sexo estofado) que cobria a frente dos calções masculinos e também guardava pertences. Por cima do gibão, podia-se usar a jaquette, que tinha formato de túnica era justada com cinto ou cordão na cintura e podia ser decorada nos decotes ou punho com pele.

A indumentária italiana era igual à inglesa, francesa e alemã, porém o requinte dos tecidos era maior e lá os casacos justos e curtos (acima do quadril) exibiam uma espécie de saia pregueada enfeitada por um cinto ou fivela.
Lá por 1450, na Borgonha, viu-se o que parece ter sido a primeira ocorrência da moda masculina em vestir-se todo de preto, posteriormente conhecido como o estilo “espanhol” (meados do século XVII), a moda da roupa preta foi iniciada pelo duque francês Filipe, o Bom.

Traje Italiano

Filipe, o Bom
Os cabelos eram curtos ao estilo pajem ou compridos e encaracolados podendo ter uma franja. Não se usava barba, se usassem, eram pontudas acompanhadas de um pequeno bigode.
Desde 1380, os sapatos eram muito pontudos (poulaines), as pontas chegaram a até45 cm de comprimento, sendo a sola de madeira para poder manter a ponta sem estragar ou perder a forma. Esse tipo de sapato durou até a era Tudor.
As roupas femininas do século XIV não sofreram grandes modificações, uma mudança significativa foi o uso da beca, que era acinturada próxima ao busto formando uma cintura alta e tendo uma plenitude sobre a barriga. Essa sobreveste por vezes usava uma quantidade incrível de tecido no corpo e arrastando pelo chão.
Os decotes ainda eram baixos podendo ser em V na parte da frente e de trás; as caudas dos vestidos eram longas, as saias largas. As mangas justas e longas chegavam ao peito da mão e as mangas da sobreveste podiam por vezes se arrastar pelo chão. As mulheres de classe média preferiam roupas simples com bom corte e boas cores. As mangas podiam ser pendentes, longas, em forma de asa ou do tipo saco. Os sapatos eram de bico longo e finos como o dos homens.
Se as vestimentas femininas eram simples, seus adornos de cabeça se tornaram cada vez mais altos e exagerados. Haviam inúmeras formas de enfeites de cabeça e uma imensa variedade de penteados elaborados e fantásticos que duraram até o fim do século XV. No final de 1400, os fios de cabelo que cresciam na testa e nas sobrancelhas eram raspados para que o chapéu fosse a atração principal.
Os cabelos dividos ao meio e torcidos na lateral do rosto eram guardados na crespine (rede de cabelo) que tinha estrutura de arame e era usada nas laterais do rosto e adquiriu uma forma cilíndrica ou esférica e sobre essa estrutura prendia-se o véu.
Havia um adorno chamado “borboleta”: uma estrutura presa a um pequeno chapéu que escondia os cabelos, servia de apóio a um véu diáfano com forma de asas de borboleta. A moda foi popular até 1485.
Tinha também o adorno em forma de coração, onde o véu era usado como enfeite.
Mas foi o Hénnin (ou campanário), que conhecemos hoje como chapéu de bruxa ou de fada que atingiu proporções extremas. Ele surgiu na década de 1400. Era na forma de cone pontudo (70, 80 ou90 cm) em seda ou veludo com um véu preso na parte mais alta. Com o auxílio de vários arranjos de arame o véu era disposto na parte superior do cone e às vezes caía até o chão. Havia também o modelo de dois cones, um de cada lado da cebeça. O hénnin logo evoluiu para uma exibição de status pois exigia que a mulher andasse de maneira lenta e deliberada.
Hénnin de cone ou pré-hennin:
Hénnin no auge das proporções:
O retrato pintado por Jan Van Eyck, “O Casal Arnolfini” de 1435, mostra perfeitamente a moda da época. O homem veste casaco de veludo, camisa preta acolchoada com bordado de ouro nos punhos, meias pretas cobrem suas as pernas. O chapéu indica sua riqueza. No canto inferior esquerdo, um sapato poulaine. A esposa usa uma sobreveste de lã verde com mangas tipo saco e debrum em pele na cor creme e cintura muito alta. Ela não está grávida, apenas usa o famoso “pregnancy look”, comum nesse século, que simula uma gravidez mostrando como ela pode ser fértil para o marido numa época em que a expectativa de vida era baixa e as crianças morriam ainda bebês. A veste de baixo tem a cor azul. Ela também tem os cabelos da testa raspada e usa um crespine com um véu em fino linho.



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SALVE OGUM YÉ...

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OGUM YÉ...
Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa. A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou. Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta. Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas.É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte. Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido. É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão. Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo). Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro. Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.
Era um terrível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições êle trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Nascido na cidade de IFÉ e nela cultuado,pois veio na corte de ÒRÚNMÌLÀ em sua chegada a terra.
É considerado filho de YEMONJA e outras vezes de ODÙDUWÀ e, em ambos, seu pai é ÒRISÀNLÁ.
ÒGÚN caça e inventa armas. Deve-se ter sempre a seus pés uma cabaça virada, pois se êle chegar e não encontra-la, fica nervoso. O fogo e o sangue simbolizam a raiva e o desejo de guerrear. Êle teve várias esposas: ÒSUN, OBÁ e OYA, mas a mais importante foi ELESY ÒSUN ORIY, aquela que pintava sua cabeça com pós brancos e vermelhos. Por onde passava conquistava aldeias, cidades, era aclamado e recebia vários nomes: ÒGÚN BENIN, ÒGÚN DAYO, ÒGÚN FENÁN, ÒGÚN KAUANÁ; não são qualidades e sim títulos. Seu principal alimento é o IXÙ ( inhame ) .
ÒGÚN é assentado, geralmente, do lado de fora. Gosta de ficar rodeado de árvores, como YIOBÉ, peregun, sua árvore de maior fundamento, e YIZIEEOU, pé de jaca. Mulher não deve chegar perto.
Sua saudação: ÒGÚN YÈ, PÀTÀKÌ ORÍ ÒRÌSÀ, quer dizer: Salve OGUN, Oricha importante para a cabeça.
CARACTERÍSTICAS DE OGUM
CORVERMELHA (AZUL REI). EM ALGUMAS CASAS TAMBÉM O VERDE.
FIOS DE CONTACONTAS E FIRMAS VERMELHAS LEITOSAS.
ERVASESPADA DE OGUM, CANELA DE MACACO, ALFAVAQUINHA, BREDO, AROEIRA, PATA DE VACA, CARQUEIJA, LOSNA, COMIGO-NINGUÉM-PODE, FOLHAS DE ROMÃ, FLECHA DE OGUM, FOLHAS DE JURUBEBA.
SÍMBOLOESPADA. TAMBÉM, EM ALGUMAS CASAS; FERRAMENTAS, FERRADURA, LANÇA, ESCUDO.
PONTOS DA NATUREZAESTRADAS E CAMINHOS (ESTRADAS DE FERRO). O MEIO DA ENCRUZILHADA PERTENCE A OGUM.
FLORESCRISTA DE GALO, CRAVOS E PALMAS VERMELHAS.
ESSÊNCIASVIOLETA.
PEDRASGRANADA, RUBI, SARDIO. EM ALGUMAS CASAS; TOPÁZIO AZUL.
METALFERRO (AÇO, MANGANÊS).
SAÚDECORAÇÃO E GLÂNDULAS ENDÓCRINAS.
PLANETAMARTE.
DIA DA SEMANATERÇA-FEIRA.
ELEMENTOFOGO.
CHACRAUMBILICAL.
SAUDAÇÃOOGUM IÊ, GESSÉ GESSÉ PATACURI OGUNHÊ.
BEBIDASCERVEJA BRANCA.
ANIMAISCACHORRO, GALO VERMELHO.
COMIDASCARÁ, FEIJÃO MULATINHO COM CAMARÃO E DENDÊ, MANGA ESPADA.
NÚMERO2.
DATA COMEMORATIVA23 DE ABRIL E EM ALGUMAS CASAS; 13 DE JUNHO.
SINCRETISMOSÃO JORGE, SANTO ANTÔNIO.
INCOMPATIBILIDADEQUIABO.
ATRIBUIÇÕESTODO OGUM É APLICADOR NATURAL DA LEI E TODOS AGEM COM A MESMA INFLEXIBILIDADE, RIGIDEZ E FIRMEZA; POIS NÃO SE PERMITEM UMA CONDUTA ALTERNATIVA. ONDE ESTIVER UM OGUM, LÁ ESTARÃO OS OLHOS DA LEI, MESMO QUE SEJA UM “CABOCLO” DE OGUM, AVESSO AS CONDUTAS LIBERAIS DOS FREQUENTADORES DAS TENDAS DE UMBANDA, SEMPRE ATENTO AOS DESENROLAR DOS TRABALHOS REALIZADOS, TANTO PELOS MÉDIUNS QUANTO PELOS ESPÍRITOS INCORPORADORES. DIZEMOS QUE OGUM É, EM SI MESMO, OS ATENTOS OLHOS DA LEI, SEMPRE VIGILANTE, MARCIAL E PRONTO PARA AGIR ONDE LHE FOR ORDENADO.
Ogum dá ao homem o segredo do ferro.
Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogun, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogun pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogun de que material era feito tão resistente facão. Ogun respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogun pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogun para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogun aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogun pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogun lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua ança de ferro. Mas, apesar de Ogun ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogun se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogun banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam deOgun o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogun. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogun. Ogun é o senhor do ferro para sempre. [ Lenda 31 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Ogum torna-se o rei de Irê.
Quando Odudua reinava em Ifé, mandou seu filho Ogun guerrear e conquistar os reinos vizinhos. Ogun destruiu muitas cidades e trouxe para Ifé muitos escravos e riquezas, aumentando de maneira fabulosa o império de seu pai. Um dia, Ogun lançou-se contra a cidade de Irê, cujo povo o odiava muito. Ogun destruiu tudo, cortou a cabeça do rei de Irê e a colocou num saco para dá-la a seu pai. Alguns conselheiros de Odudua souberam do presente que Ogun trazia para o rei seu pai. Os conselheiros disseram a Odudua que Ogun desejava a morte do próprio pai para usurpar-lhe a coroa. Todos sabem que um rei deve ver a cabeça decaptada de outro rei. Ogun não conhecia esse tabu. Odudua imediatamente enviou uma delegação para encontrar Ogun fora dos portões da cidade. Após muitas explicações, Ogun concordou em entregara cabeça do rei de Irê aos mensageiros de Odudua. O perigo havia acabado. Ogum fora encontrado antes de chegar ao palácio de seu pai. Como Odudua queria recompensar o seu filho mais querido, presenteou Ogun com o reino de Irê e todos os prisioneiros e riquezas conquistadas naquela guerra.
Assim Ogun tornou-se o Onirê, o rei de Irê. [ Lenda 32 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Ogum livra um pobre de seus exploradores.
Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogun, o dono da mata, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogune caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ogun mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro, mariwo, e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogun destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez.
Ogun destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo. [ Lenda 43 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Ogum chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Xangô.
Ogun e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogun propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse.
Xangô fez alguns gracejos, Ogun revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente. Ogun propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.
Ogun deixou Xangô e seguiu para a casa de Oiá, solicitando-lhe que pedisse a Iku que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Oiá aquiesceu, mas exigiu uma quantia em ouro como pagamento, que recebeu prontamente. Na manhã seguinte, Ogun e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Vez por outra se entreolhavam. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogun. Ogun, calado, continuava a coleta. Oque Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. À noite Ogun procurou Xangô, mostrando seu espólio. Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta. [ Lenda 44 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Lenda de Ògún Xoroquê
Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ògún furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Èşù zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Èşù (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade Èşù por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Èşù (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Èşù e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ògún guerreiro e vitorioso Rei de Ire.
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Ogum mata seus súditos e é transformado em orixá
Ogum, filho de Odudua, sempre guerreava, trazendo o fruto da vitória para o reino de seu pai. Amante da liberdade das aventuras amorosas, foi com uma mulher chamada Ojá que Ogum teve seu filho Oxossi. Depois amou Oiá, Oxum e Obá, as três mulheres de seu rival, Xangô. Ogum seguiu lutando e tomou para si a coroa de Irê, que na época era composto de sete aldeias. Era conhecido como o Onirê, o rei de Irê, deixando depois o trono para seu próprio filho.
Ogum era rei de Irê, Oni Ire, Ogum Onirê. Ogum usava a coroa sem franjas chamada acorô. Por isso também era chamado de Ogum Alacorô. Conta-se que, tendo partido para a guerra, Ogum retornou a Ire depois de muito tempo. Chegou num dia em que se realizava um ritual sagrado. A cerimônia exigia a guarda do silêncio total. Ninguém podia falar com ninguém. Ninguém podia dirigir o olhar para ninguém.
Ogum sentia sede e fome, mas ninguém o atendia. Ninguém o ouvia, ninguém falava com ele. Ogum pensou que não havia sido reconhecido. Ogum sentiu-se desprezado. Depois de ter vencido a guerra, sua cidade não o recebia. Ele, o rei de Ire! Não reconhecido por sua própria gente! Humilhado e enfurecido, Ogum, com sua espada em punho, pôs a destruir tudo e a todos. Cortou a cabeça de seus súditos. Ogum lavou-se com sangue. Ogum estava vingado. Então a cerimônia religiosa terminou e com ela a imposição de silêncio foi suspensa.
Imediatamente o filho de Ogum, acompanhado por um grupo de súditos, ilustres homens salvos da matança, veio à procura do pai. Eles renderam as homenagens devidas ao rei e ao grande guerreiro Ogum. Saciaram sua fome e sua sede. Vestiram Ogum com roupas novas, cantaram e dançaram para ele. Mas Ogum estava inconsolável. Havia matado os habitantes de sua cidade. Não se dera conta das regras de uma cerimônia tão importante para todo o reino. Ogum sentia que já não podia ser o rei. E Ogum estava arrependido de sua intolerância, envergonhado por tamanha precipitação. Ogum fustigou-se dia e noite em autopunição.
Não tinha medida o seu tormento, nem havia possibilidade de autocompaixão. Ogum então enfiou sua espada no chão e num átimo de segundo a terra se abriu e ele foi tragado solo abaixo. Ogum estava no Orum, o céu dos deuses. Não era mais humano. Tornara-se um orixá.
Ogum
Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer). Reino: Orixá sem reino específico, que atua na defesa de todos os reinos em função A Energia de Ogum está em todos os lugares. Cor básica: vermelha e branco.
Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jorge, tem o seu dia comemorado em 23 de abril.
Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: terça-feira
Planeta: Marte
Características dos Filhos de Ogum
Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidos. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a de seus camaradas. Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a pessoa ou lugar. São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir seus objetivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem. São pessoas extremamente pontuais e ficam enlouquecidos quando uma pessoa se atrasa ou cancela um compromisso previamente agendado seja por que motivo for.
Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre. Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.

Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.Os Filhos de Ogum são tidos como brigões, mas é errôneo este pensamento. São mais intransigentes e obstinados do que propriamente brigões. Ogum representa o Espírito da Lei e seus Filhos têm esta característica bem predominante. Raramente pondera as coisas: se o regulamento é este, então, tem que ser seguido a qualquer custo. Toda Lei tem que ser estudada, para obter-se o seu verdadeiro sentido, para saber o seu espírito. Porém, para o Filho de Ogum, ele é usada com parcimônia. Ele segue a Lei sem ligar se ela serve para este ou aquele caso. É a Lei, tem que cumprir, implacavelmente. O pai de família, Filho de Ogum, não dá muitas chances de diálogo para seus filhos. É inflexível e radical. Usa uma lei para si e outra para os outros. É vaidoso, não gosta de ser contrariado em suas opiniões. Raramente “arreda pé” de sua posição, mesmo quando não dá certo. Quer sempre fazer prevalecer o seu ponto de vista. Não recua nenhuma vez em suas decisões. Tem sempre tendências para resolver as coisas para o seu lado, de qualquer forma. A mulher, Filha de Ogum é mais querelante do que briguenta. É mais belicosa e de atitudes extremadas. É excelente mãe de família, porém, coitado do filho que não andar direito: ela é do tipo que bate primeiro para depois perguntar onde foi o erro. O Filho de Ogum é dado a fazer conquistas, tem facilidade de relacionamento com o sexo oposto de qualquer filiação de Orixá. Os filhos de Ogum, são alvissareiros e belicosos como o próprio Orixá. Arrojados, metidos e muitas vezes bravos e exageradamente briguentos. Não suportam a força em todos os seus sentidos esmagar os indefesos. São defensores natos dos oprimidos. Rápidos de raciocínios e descuidados em emitir suas opiniões, pois não escolhe lugar nem hora para dizer a verdade. São daqueles que usam muito a expressão “doa em quem doer” e pela sua imponência e muitas vezes arrogantes, dói nele primeiro. Fala, quando bravo, sem medir as palavras. Autoconfiante, enérgico e possessivo. Reage com extrema rapidez aos impulsos o que geralmente lhe leva a situações constrangedoras e perigosas. Para definir bem a impulsividade dos filhos Ogum, nos dissemos que se alguém lhe bate à porta, estando ele pelo lado de dentro, não pergunta quem é, ele abre a porta, para ver quem é. Egocêntrico natural, gosta de receber elogios, bem como não economiza elogios para tudo aquilo ou aqueles que ele gostar e achar que está certo. Tem um excelente faro para arquitetar as coisas e colocar dinamismo nas palavras e nas ações. Tem facilidades em fazer amigos, gosta de estar rodeado deles. Sendo dono de seu próprio negócio, de uma empresa, tem dificuldades em mandar, ordenar, em funcionárias mulheres. É tão rápido em suas análises sobre tudo que imediatamente fala aos que estão por perto. Exterioriza uma autoconfiança invejável, bem como uma agressividade notória, mas no seu íntimo é um conservador, retórico, sem ser chato. Um filho de Ogum, tem que ser muito bem doutrinado, para que possa conter os seus defeitos, que são basicamente a fúria e o ódio. Coisas que geralmente lhe leva a destruição de si mesmo. São pessoas violentas, briguentas e impulsivas. Encontram dificuldades imensas para perdoarem as ofensas que foram vítimas. Perseguem com obstinação e determinação seus objetivos e jamais se desencorajam facilmente. Os filhos de Ogum triunfam naqueles momentos em que qualquer outro teria abandonado o combate e perdido a esperança. Impõem um grande fascínio, tem facilidades de atrair o sexo oposto pela sua beleza. São por demais sinceros e francos em suas intenções e talvez por isso, tornam-se difíceis de serem odiadas. Não medem esforços para preservarem um casamento, pois os filhos de Ogum não tem estrutura psicológica para enfrentar uma separação e conquistar uma outra pessoa, tarefa muito trabalhosa para ele. Possuem um grande senso de responsabilidade e dedicação à família, fazendo grandes sacrifícios para que nada falte aos que lhe rodeiam.
Desdobramentos Principais de Ogum
Ogum Megê – vermelho, branco e preto (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena – cemitério).
Ogum Rompe Mato – Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxoce, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxoce)
Ogum Beira-mar – Coral (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)
Ogum Iara – azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum)
Ogum de Lei – vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara)
OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).
Qualidades do Orixá Ogun
- Ògún Meje – É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ògún completo, velho solteirão rabujento. Trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena – cemitério.
- Ôgúnjá - é um Ògún, como indica seu nome, particularmente combativo. Amigo do cachorro que lhe é consagrado é como ele um protetor seguro. Mas tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes..Dizem que acompanha Ogúnté.
- Ògún Ajàká – é o “verdadeiro Ògún guerreiro”, sanguinririo, que em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.
- Ògún Xoroke – usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo do colar de Esú, seu irmão e amigo íntimo. “Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso.
- Ogun Meme - veste-se igualmente de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.
Ògún Wori - (Warri, ou wori: Yorübá) – é um Ògún perigoso, dado da feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados.; Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário o espírito dogmático.
Ògún Lebede (Alagbede) – é o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representam um tipo mais velho de Ògún, trabalhadores conscienciosos, severos, que “não brincam em serviço”, ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabujento.
Ògún Akoró - é o irmão de Òsòsi, ligado a floresta, qualidade benéfica de Ògún invocada no pàdé. Filho de Ogúnté, Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era preendedor, cheio de iniciativa, protetor seguro, amigo fiel, e muito ligado a mãe.
Ògún Oniré - é o título do filho do Ògún que reinou sobre Iré, o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà. Oniré é um Ògún antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.
Ògún Olode - é o Ògún dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha ao de Òsòsi.
Igbo - é outro
Ògún Popo – seria o nome de Ògun quando foi a terra dos jeje, é um tipo fanático.
Ogum Rompe – Mato – Trabalha em harmonia completa com Oxossi, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxossi.
Ogum Beira – Mar – Trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá
Ogum Iara – Trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum
Ogum de Lei – Trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara
Ogum Dilê - O que rege e vibra nas doenças. Muito usado nos trabalhos de Oriente na Umbanda)
Ogum matinada - que rege á noite. Madrugadas e tudo que se relacione com a noite e a lua). Também tem OGUM DE MALÊI, OGUM DE NAGÔ e OGUM SETE ESPADAS, que vibram nas faixas dos anteriormente descritos.
Ogum de Ronda ou Naruê - trabalha em sintonia com Exu
ALGUNS CABOCLOS DE OGUM
SETE ESPADAS, SETE MATAS, SETE ONDAS, SETE LANÇAS, AKUAN,
ÁGUIA BRANCA, ÁGUIA DOURADA, ÁGUIA SOLITÁRIA, PENA VERMELHA
CABOCLO DA MATA, ROMPE NUVEM, ROMPE FERRO, ROMPE AÇO, TABAJARA,
ICARAÍ, TAMOIO, ROMPE MATA, UBIRAJARA
Especificando:
  • (qualidade do Ògún que trabalha à Beira do Mar em sintonia com Iemanjá e Şàngó) = Ògún-Beira Mar;Ògún (Orixá) + Beira-Mar
  • (qualidade de Ògún que trabalha em Alto-mar em sintonia com o povo do mar) = Ògún Sete Ondas;Ògún (Orixá) + Sete Ondas
  • (qualidade de Ògún que trabalha nas pedreiras e cachoeiras) = Ògún da Pedreira, Ògún das Sete Pedreiras, Ògún da Cachoeira, etc.;Ògún (Orixá) + Pedreira
  • (qualidade de Ògún que trabalha na Linha das Almas) = Ògún Megê das Almas;Ògún (Orixá) + Megê
  • Ògún (Orixá) + Matinata (regência da Lua, noite e madrugada em sintonia com Òşàlà) = Ògún Matinata;
  • Ògún (Orixá) + de Lê (qualidade de Ògún mesclado com Şàngó, trabalha com a Lei) = Ògún de Lê;
  • Ògún (Orixá) + Rompe-Mato (qualidade de Ògún mesclado com Oxóssi, desbravador, caçador) = Ògún Rompe-Mato;
  • Ògún (Orixá) + de Ronda/Naruê (guardião e vigilante dos caminhos em sintonia com Exú) = Ògún de Ronda, Ògún Naruê etc.
QUALIDADES

- ÒGÚN JÁ -
É o Òrìsá da casa de ÒÒSÀÀLÀ, o grande guerreiro branco. Como todo ÒGÚN, come inhame, tem temperamento rabujento e solitário. Em seus assentamentos levaÓSN e WÁJI. Não se pronuncia seu nome em vão e nem a noite. Veste branco e, também, o verde. Suas contas são verde-claro. Cobre-se de mariwo.

- ARYES ou WARYN -
É perigoso e feiticeiro, ligado aos antepassados. Tem pemperamento muito difícil e autoritário. Veste verde-claro, come com YEMONJA e ÒÒSÀÀLÀ. Gosta de comer cabritos pequenos, aprecia a carne de marreco e não come frango em suas obrigações.
- AJAKÁ -
Irmão mais velho de SÀNGÓ, conquistou a cidade de OYÓ e deu para seu irmão governar. Guerreiro sanguinário. Veste vermelho e verde escuro, suas contas são iguais a vestimenta. Teria sido o primeiro rei de OYÓ. É agressivio, gosta de dar ordem e ser obedecido.
- IKOLÁ -
É um ÒGÚN solitário que tem ligação com XOROQUE e ÒÒSÀÀLÀ. Come ÌGBÍN e veste-se de verde escuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de chifres grandes.
- ELEMONÁ -
Mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, a não ser a sua própria família. Tem fundamento com OBALÙWÀIYÉ e ÈSÙ.
- ALABEDÈ -
É um grande ferreiro e ferramenteiro. Este ÒGÚN é o marido de YEMONJA OGUNTÉ e o pai de AKEKO. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se de azul arroxeado e o vermelho. Contas iguais a roupa. Come com ÈSÙ e YEMONJA.
- OLODÉ -
É caçador e não come animais caseiros. Amigo e conhecedor dos caminhos como ÒSÓÒSÌ. Semelhante a ÒSÓÒSÌ. Come, em seus assentamentos, caça. Leva um ADEMATÁ e só come nos caminhos da mata.
- MEGE ou MEGE-MEGE -
Seria o mais velho, a raiz de todos. É um ÒGÚN completo. Come nos cemitérios. Soleteirão, ranzinza e muito sanguinário. Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.
- MENÉ -
É um jovem guerreiro. Veste-se de verde claro e usa contas verdes. Come com ÒÒSÀÀLÀ e tem grande fundamento com YEMONJA.
- AKORÓ -
É irmão mais velho de ÒSÓÒSÌ e ligado a floresta. É invocado no PADE. É filho de YEMONJA OGUNTÉ, jovem, dinâmico, entusiasta, empreendedor, protetor seguro, amigo fiél e ligado ao mau.
- ONIRÉ -
Primeiro filho de ODÙDUWÀ. Usa contas verdes. Guerreiro impulsivo, cortador de cabeças, ligado a morte e aos antepassados. Muito impaciente, não pensa antes de agir, mas acalma-se rápido.
- AJÒ -
Fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de ÈSÙ, ronda as encruzilhadas, comendo com ÈSÙ nas estradas. Veste-se e tem contas azul arroxeado.
- ONIJÉ -
É o Òrìsá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Òrìsá em seus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com OYA YGBALÉ.
- SÓRÒKÈ -
É um Òrìsá das terras GEGE, um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu pai e sua mãe.
Conta a lenda que um vulcão entrou em erupção e SOROKÈ pulou de dentro dêle, em forma de fogo.
É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por ali passam e profanam as oferendas ali colocadas. É o Òrìsá da vingança, pois seu temperamento é muito forte.
Tem que ser feito no domínio do pai, VILA MAVUMBE, e ambos no domínio da mãe, APANDÁ. Faz-se o ÈSÙ, escravisado por ÒGÚN, tendo que assentarÒSUN. Não pode ser feito dentro do barracão. Tudo é duplo, até o QUELÊ. São dois assentamentos, um de ÈSÙ, sem massa e outro de ÒGÚN, com massa, sôbre o ÈSÙ. Dança-se para ÈSÙ, ÒGÚN e ÒSUN.
ORÍKÌ
ÒGÚN pèlé o. ÒGÚN, alákáyé, osìn ímolè. ÒGÚN alada méji. O fi òkan ye oko. O fi òkan ye ona. Ojó ÒGÚN ntókè bò. Aso iná ló mu bora, ewu ejè lówò. ÒGÚN edun olú irin. Awònye òrìsà tií bura re sán wònyìnwònyìn. ÒGÚN ONIRE alagbara. A mu wodò, ÒGÚN si la omi logboogba. ÒGÚN lo ni aja oun ni a pa aja fun. Onílí ikú, olódèdè màríwò. ÒGÚN olónà ola. ÒGÚN a gbeni ju oko riro lo, ÒGÚN gbeni o. Bi o se gbe Akinoro.
TRADUÇÃO:
Ogun eu te saúdo. Ogun senhor do universo, lorde dos orixás. Ogun dono de dois facões. Usou um deles para preparar a horta e o outro para abrir caminho. No dia em que Ogun vinha da montanha ao invés de roupa, usou fogo para cobrir-se e vestiu roupa de sangue. Ogun, a divindade do ferro, orixá poderoso, que se morde inúmeras vezes. Ogun Onire, o poderoso. O levamos para dentro do rio e ele, com seu facão, partiu as águas em duas partes iguais. Ogun é o dono dos cães e para ele sacrificamos. Ogun, senhor da morada da morte, o interior de sua casa é enfeitado de mariwo. Ogun, senhor do caminho da prosperidade. Ogun, é mais proveitoso ao homem cultua-lo do que sair para para plantar Ogun. Apoie-me do mesmo modo que apoiou Akinoro.
SUAS ERVAS
- Eucalípto, umbaúba, comboatá, chapéu de couro, capim limão, cordão de frade, folhas de manga espada, pé de pinto, vence demanda, abre caminho, peregum, dandá da costa.

Não se pode deixar de citar, ainda, que dentro desses desdobramentos, encontram-se os desdobramentos destes chefes de linha, como no caso do Ogum Sete Ondas que vem a ser o desdobramento da vibração de Ogum Beira-Mar. E, por conseguinte, os desdobramentos do próprio Ogum Sete Ondas, em Ogum Sete Ondas do Fundo do Mar, da Beira da Praia, etc…
Ogum é responsável pelos caminhos. Se Exu é aquele que abre caminhos, o faz em nome de Ogum, que estabelece a ligação entre os diferentes locais, determinando a atuação de Exu. Por isso mesmo, abrem-se as giras de Exu nos terreiros de Umbanda, pedindo licença à Ogum.
Saudação: ”Ogunhê ”
Cores: vermelha na Umbanda
Símbolo: espada, lança e escudo
Sincretismo: São Jorge – 23 de abril
Dia da Semana: 3ª. feira
Metal: Ferro, Aço e o Manganês.
Essência: violeta.
Bebida: cerveja branca.
Flores: cravos brancos e vermelhos, palmas vermelhas e crista de galo.
Fruta: manga espada.
Comida: Inhame assado na brasa partido ao meio regado com dendê e mel.
Ervas: Espada se S. Jorge, Aroeira e S. Gonçalinho.
Habitat: clareira no meio da mata, estrada de rodagem e de ferro.
Saúde: ele rege o coração e as glândulas endócrinas.
(Homenagem do site Genuína Umbanda a esse tão valente protetor do nosso dia-a-dia, a quem sempre invocamos força para vencer nossas demandas, usando seu escudo para proteção contra toda energia ruim ou que pretenda atrasar nossos caminhos. Ogum, que sua luz, que sua energia revigorante e divina recaia sobre os filhos que crêem na tua força, com as bênçãos de nosso Pai Oxalá.
Ogunhê, Salve Ogum, Cavaleiro de Umbanda, Salve Ogum Yara, Salve Ogum Sete Ondas do Fundo do Mar, Salve toda a Falange de Ogum!)
Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ògún foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ògún na Umbanda
Características
ANIMAISCachorro, galo vermelho
BEBIDACerveja Branca
CHAKRAUmbilical
COMIDASCará, feijão mulatinho com camarão e dendê. Manga Espada
CORVermelha (Azul Rei)(Em algumas casas também o verde)
DATA COMEMORATIVA23 de Abril (13 de Junho)
DIA DA SEMANATerça-Feira
ELEMENTOFogo
ERVAS
  • Sapê Yor: (ekun)
  • Ameixeira Yor: (ìyeyè)
  • Cajazeira Yor: (ẹ́kikà)
  • Canjerana
  • Coqueiro Yor: (àgbọn)
  • Grumixameira
  • Guarabu
  • Mangueira Yor: (òro òyìnbó) Ang: (Kutotomba)
  • Romanzeira Yor: (àgbá)
  • Abre Caminho Yor: (ewé lorogún) Ang: (Jikula Nzila)
  • Açoita Cavalo
  • Agrião
  • Akòko Yor: (akòko)
  • Alumã Yor: (ewúrò)
  • Aroeira Yor: (àjóbi) Ang: (Kisaba Mulongo)
  • Aroeira Branca Yor: (àjóbi funfun)
  • Aroeira Vermelha Yor: (àjóbi pupa)
  • Botão de Santo Antônio Yor: (Tẹ́nube)
  • Bredo de Espinho Yor: (tẹ̀tẹ̀ elẹ̀gún)
  • Cabeluda
  • Cana do Brejo Yor: (tẹ̀tẹ̀ ẹ̀gún) Ang: (Kisaba’nhoka)
  • Carrapicho   Yor: (dágunró gogoro)
  • Caruru Yor: (ewé tẹ̀tẹ̀)
  • Cipó Chumbo Yor: (awó pupá)
  • Colônia   Yor: (tọ́tọ́) Ang: (Zukamesa Kiari)
  • Costela de Adão
  • Dendezeiro Yor: (igi ọ̀pẹ)
  • Dracena Listrada Yor: (ewé pẹ̀rẹ̀gún lo)
  • Espada de São Jorge   Yor: (ewé idá òrişá) Ang: (Kisaba Njangu)
  • Espelina Falsa   Yor: (àfọ́n)
  • Goiabeira   Yor: (guaba) Ang: (Ngindu Muxi)
  • Guiné   Yor: (ewé ojúùsájú)
  • Helicônia
  • Inhame Selvagem   Yor: (eṣùṣù)
  • Jabuticaba
  • Jambo Amarelo
  • Jambo Encarnado
  • Japecanga
  • Jatobá
  • Leiteirinho   Yor: (ewé bonokó)
  • Limão Bravo
  • Lírio do Brejo   Yor: (balabá)
  • Losna
  • Milho   Yor: (àgbàdo)
  • Milho Vermelho Yor: (àgbàdo pupa)
  • Óleo Pardo
  • Pau Ferro do Ceará
  • Pereguo   Yor: (ewé pẹ̀rẹ̀gún)
  • Periquitinho Yor: (dánguró kékeré)
  • Pinhão Branco Yor: (bòtújẹ̀ funfun)
  • Piripíri   Yor: (ata wewe)
  • Poinsétia
  • Porangaba
  • Sangue de Dragão
  • São Gonçalinho   Yor: (alékèsi)
  • Sumaúma Yor: (igi árábá)
  • Tanchagem   Yor: (ewé òpá)
  • Tribulus   Yor: (dánguró nla)
  • Vence Demanda
  • Jenipapo Yor: (bujè)
ESSÊNCIASVioleta
FIO DE CONTASContas e Firmas Vermelhas Leitosas
FLORES
  • Açucena rajada
  • Cravo Vermelho
  • Crista de Galo   Yor: (ẹ̀fọ́ odo)
  • Flor de lus   Yor: (ajẹfọ́wo)
  • Palma Vermelha
  • Tulipa Yor: (orórù)
FRUTAS
  • Abacateiro   Yor: (igi itobi)
  • Ameixa Yor: (èso kan bí ìyeyè)
  • Amora Yor: (ẹ́yà àgbáyun dúdú kan)
  • Cajá Yor: (ìyeyè)
  • Cajá Manga
  • Caju Yor: (kajù)
  • Cana
  • Goiaba   Yor: (guaba)
  • Laranja Yor: (ọsán)
  • Manga   Yor: (mángòrò)
  • Marmeleiro
INCOMPATIBILIDADESQuiabo
METALFerro (Aço e Manganês).
NUMERO2
PEDRASGranada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lápis-Lazúli, Topázio Azul)
PLANETAMarte
PONTOS DA NATUREZAEstradas e Caminhos (Estradas de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.
SAUDAÇÃO
  • Ògún yè - Ogum yê - Ògún para estar vivo, estar vivo, para sobreviver, para ser bom, para ser perfeito
  • ye - Ògún ser digno, apto, direito, para convir, tornando-se adequado
SAÚDECoração e Glândulas Endócrinas
SÍMBOLOEspada.(Também, em algumas casas: ferramentas, ferradura, lança e escudo)
SINCRETISMOSão Jorge. (Santo Antônio na Bahia)
TOQUEAdahun

  • Assentamento de Ogum.
Igba ogun ou assentamento de ogum como é chamado popularmente pelo povo de santo, são construídos de várias formas, seguindo o mesmo princípio. As vezes são vistos em panela de ferro, alguidá, panela de barro, ou recipientes de metal como cobre,alumínio e bronze, todavia sempre com artefatos do metal ferro,(martelo, foice, espada, torquês, pá, picareta, facão), no mínimo de sete ferramentas e no máximo de vinte e uma. Justificado a mitologia Yoruba como o orixá ferreiro, senhor dos metais, caminhos e da agricultura.
Na preparação de qualquer assentamento de orixá os rituais da sasanha, folha sagrada e água sagrada são imprescindíveis. Determinados assentamentos de ogum são preparados da mesma forma do Igba exu, embora o ato de sacralização seja diferente.
Nota: Todos assentamentos igba orixá , devem ser preparados e sacralizados em rituais próprios por Babalorixas ou Iyalorixas.
 
 
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