História e Cultura de Moçambique
História
Presume-se
que, a partir do século III, os primeiros povos que penetraram no território
moçambicano, através dos vales dos rios que provêm do interior do continente,
chamavam-se bantos, e vieram introduzir as actividades agrícola e pecuária,
difundindo, simultaneamente, a tecnologia da metalurgia do ferro.
No fim do
primeiro milénio, diversas cidades floresciam ao longo de todo o litoral
oriental africano, onde os bantos negociavam com outras partes de África, do
Oriente Médio e da Índia. Desta fusão das comunidades bantas e dos Árabes
nasceu a cultura suaili de que faz parte o litoral do Quénia, Tanzânia e Norte
de Moçambique.
Desde o
século IX que existe um importante comércio de marfim e talvez de ouro, na
região ao sul da foz do rio Zambeze, onde os árabes criaram posteriormente o
porto de Sofala. Os reinados Maravi, entre o Lago Niassa (Malauí) e o rio
Zambeze, parecem ter sido uma confederação de pequenas tribos com dinastias
hereditárias.
O país já
era próspero quando os portugueses chegaram, no final do século XV, e se
instalaram no litoral de Moçambique. A sua chegada coincide com a expansão dos
Muenemutapas, que se expandiram a partir do planalto do Zimbabwe e chegaram a
ocupar um vasto território que se estendia por quase toda a África austral de
costa a costa.
A penetração
portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 — com a
partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim —
se transformou numa ocupação militar, com a submissão total dos estados ali
existentes, levando, no início do século XX, a uma verdadeira administração
colonial. Depois de uma guerra de libertação, que durou cerca de 10 anos,
Moçambique alcançou a sua independência a 25 de Junho de 1975.
Após a
independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, o país
seguiu uma política socialista, que teve que abandonar em 1987, quando foram
assinados acordos com o Banco Mundial e o FMI. Esta mudança foi, em parte,
resultado da guerra que o país sofreu entre 1976 e 1992. Na sequência do Acordo
Geral de Paz, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo realizado as primeiras
eleições com a participação de vários partidos em 1994.
Actualmente
Moçambique é uma república presidencialista, onde o governo é indicado pelo
partido político com maioria parlamentar. As eleições são realizadas a cada
cinco anos.
Fontes:
Portal do
Governo de Moçambique
Guia
turístico de Moçambique
Cultura
Os artistas
plásticos moçambicanos, escultores e pintores (inclusive em tecido – técnica
batik) projectam o país através dos seus trabalhos.
A música
vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A timbila chope, um
instrumento musical tradicional, foi inclusivamente considerada Património
Mundial pela UNESCO. Os ritmos moçambicanos constituem uma das mais importantes
manifestações da cultura deste país. A música tradicional tem características
banto e também influência árabe, principalmente na zona norte. É normalmente
criada para acompanhar cerimónias sociais, principalmente para manifestações de
dança.
A música
comercial vai beber à música tradicional inspiração, mas muitas vezes usando
ritmos e tecnologias importadas de outras culturas. Um dos tipos de música
comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é
apenas música de dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo
social.
A literatura
de Moçambique é, geralmente, escrita em língua portuguesa - vulgarmente
misturada com expressões moçambicanas -, por autores moçambicanos. Apesar de se
tratar de um tipo de literatura recente, conta já com exímios representantes
como José Craveirinha, Paulina Chiziane e Mia Couto, o que lhe permitiu ganhar
um espaço relevante na exigente Literatura Lusófona.