Exu de
umbanda
Origem:
João Caveira.
Portal do
Ocultismo
Exus de
Umbanda, de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de
luz que incorporam nos médiuns de Umbanda, Omolokô e Candomblé de Caboclo.
Nos
candomblés normalmente não há incorporação de espíritos oficialmente, já nos
Candomblés de Caboclo podem ser encontradas casas que adotem a incorporação de
exus, pomba-giras, boiadeiros e marinheiros.
Porém, o exu
orixá, cultuado somente nas nações de Candomblé, não incorpora para dar
consultas, diferentemente do exu de Umbanda, que é considerado uma entidade,
povo de rua ou catiço.
Exu Tata
Caveira.
Quando
incorporam, os masculinos costumam se caracterizar com capas, cartolas e
bengalas. Enquanto os femininos portam saias rodadas, brincos, pulseiras,
perfumes e rosas. No último caso são chamados de pombagiras, uma corruptela do
vocábulo Pambu Njila. Mas, não é obrigatório que os médiuns se utilizem dessas
vestimentas para a incorporação. Cada terreiro trabalha de forma autônoma.
Alguns centros uniformizam a roupa dos médiuns; todos, por exemplo, vestem
branco2 .
História.
O brincalhão
Exu, que entre outras coisas é o Mensageiro dos Orixás no Candomblé, tem origem
na religião africana, de modo que apenas em um período posterior, na fase do
sincretismo, foi reinterpretado e até marginalizado nos cultos
afro-brasileiros, notadamente na Umbanda. Aliás, pela influência Católica na
colonização e formação político-social do Brasil, Exu foi associado com o
demônio mesmo antes da fundação da Umbanda. Nessa religião, entretanto, essa
figura foi complementada como entidade maligna. Exu se tornou o representante
do demônio, do perigo e da imoralidade. Por causa dessas características,
parece que os primeiros umbandistas o associaram com africanos e escravos
rebeldes. Exu foi, portanto, segregado da Umbanda, e se tornou o legislador da
quimbanda, do submundo.
Outra
interpretação umbandista coloca Exu na ordem evolucionista de precedência,
conforme o modelo kardecista. Ele é reduzido a um espírito menos evoluído, que
todavia tem potencial para evoluir e se tornar um espírito bom. Alguns
umbandistas distinguem entre Exu pagão e Exu batizado, que se submeteu à
doutrinação e encontrou o caminho certo da escada da evolução. Essa distinção
reflete algo do caráter original ambivalente de Exu, apesar do rito de passagem
do batismo, que define a distinção que é certamente nova. Novamente esse
batismo do Exu pagão tem sido interpretado como uma expressão e aculturação e
domesticação do mal, do perigo e da imoralidade.
Há quem
creia que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem e outros que
creem que podem também ser neutros ou maus. Dividem-se, de acordo com uma
hierarquia espiritual, em falanges, sub-falanges, grupos e sub-grupos.
Observa-se que, não raro, os médiuns dos terreiros de Umbanda, e mesmo de
Candomblé, não têm uma ideia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase
sempre, por falta de estudo das religiões. Na verdade, essas entidades não
devem ser confundidas com os chamados obsessores. Apesar de inseridas na mesma
Linha das Almas, sendo o seu dia devotado à segunda-feira, ficam sob o seu
controle os espíritos mais atrasados na evolução, que são por eles orientados
para que consigam evoluir através de trabalhos espirituais feitos para o bem.
Exu
Meia-Noite.
O poder de
se comunicar confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e
comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, exu também
permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de
habitar as encruzilhadas, cemitérios, em suma, as passagens. Portanto, os
diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas lhe faz o senhor das
entradas e saídas.
Há algumas
diferenças na maneira de conceber o exu no Candomblé e na Umbanda. No primeiro,
é como os demais orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. O
Candomblé considera que as divindades, ou seja os orixás, entram em transe nos
médiuns, intitulados cavalos ou aparelhos, mas não há consultas. Apenas se
manifestam nas festas devidamente caracterizados e paramentados. Já na Umbanda,
o exu é uma entidade que normalmente incorpora e promove consultas incorporado
em seu médium, como outras entidades, tais quais, os caboclos, pretos-velhos,
crianças, os falangeiros de orixás, também denominados mensageiros, e outras
várias entidades.
A Umbanda
considera os exus como entidades que buscam, através da caridade, a evolução
espiritual. Em síntese, o grande agente mágico do equilíbrio universal. Também
é o guardião dos trabalhos de magia, pela qual opera com as forças do astral. E
também são considerados "policiais", "sentinelas",
"seguranças" que agem pela Lei, no submundo do "crime"
organizado e principalmente policiando seu médium médium no seu dia a dia. As
falanges de exus sempre estão nas zonas consideradas infernais, embora delas
não façam parte. Com efeito, realizam os seus trabalhos de guarda em todas as
partes onde são necessários. Certos exus guardam entradas de hospitais,
necrotérios e cemitérios para impedir que kiumbas, espíritos sem evolução, de
natureza vampiresca e zombeteira, se alimentem do duplo etéreo dos que estão à
beira da morte ou daqueles que desencarnaram recentemente. A força vital
permanece nos corpos sem vida e não deve ser sugada para alimentar almas que
desejam praticar o mal. Esses espíritos devem ser impedidos de qualquer
maneira. Participam também do resgate de almas localizadas em zonas inferiores,
os chamados umbrais.
O plano
astral também é morada de miríades de espíritos que perseveram no mal. Alguns
deles estabelecem uma prática na espiritualidade de obsidiar desencarnados e
até encarnados. O trabalho dos exus é não permitir que consigam influenciar
espíritos e pessoas vivas a ponto de elastecer seus tentáculos e criar
verdadeiras frentes de maldade espiritual e material. Esse combate é árduo e
permanente. Os exus chefes de falange podem ser equiparados a verdadeiros
generais que promovem vigília e combate, além do comando de inúmeras falanges.
Exu do Lodo.
Mesmo os
chamados chefes também obedecem à severa hierarquia dos comandos do astral.
Podem também ser apontados como exus da estrada, da encruzilhada, do cemitério,
da beira do mar e das cidades.
Esses
espíritos se utilizam de energias mais "densas" ou materiais. Nota-se
que essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação
em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em
geral. A condição de exu para um espírito é transitória, podendo este, uma vez
redimidas suas dívidas perante a Lei Divina, seguir escalas mais elevadas de
evolução.
Os trabalhos
malignos não são acordos efetuados com os exus, mas sim Kiumbas, que agem na
surdina e não estão sob a orientação de nenhum guia, mas que podem se fazer
passar por um, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da
Umbanda, que são a existência de um Deus único, crença em entidades espirituais
em evolução, orixás que formam a hierarquia espiritual, guias mensageiros, na
existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento
espiritual do médium, além da caridade gratuita a quem necessita. O objetivo é
sempre proporcionar vibrações positivas através da fé, amor e respeito ao
próximo. Alguns centros ditos de Umbanda se servem apenas para ganho pessoal do
seu pai-de-santo ou sacerdote. Reuniões em que há a incorporação de exus, por
exemplo, não pode haver nenhum tipo de cobrança ao visitante, seja de dinheiro
ou de qualquer outra natureza.
Os exus
infelizmente são confundidos com os kiumbas, que são espíritos das trevosos ou
obsessores que se encontram desajustados perante a Lei. São responsáveis pelos
mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas
confusões, até as mais duras e tristes obsessões. Comparados ao Diabo dos
Católicos, são espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por
sentirem prazer ou vingança, calcados no ódio doentio. Aguardam, portanto, que
a Lei os recupere da melhor maneira. Vivem no baixo astral, onde as vibrações
energéticas são pesadas. Trata-se de uma enorme egrégora formada pelos maus
pensamentos e oriundos dos espíritos encarnados e desencarnados. Sentimentos
baixos, tais quais, paixões desenfreadas, ódios, rancores, raivas, vinganças,
sensualidade exagerada e vícios de toda estirpe alimentam essa faixa
vibracional da qual os kiumbas se comprazem, já que se sentem mais fortalecidos
com a energia negativa que por eles é absorvida.
O verdadeiro
exu é uma entidade guardiã empenhada em uma missão maior, por isso não faz mal
a ninguém. Seu objetivo é auxiliar as pessoas com fé e respeito. Alguns exus
foram, quando reencarnados, pessoas importantes, como políticos, médicos,
advogados, industriais, mas também trabalhadores, pessoas comuns, padres,
escravos, saltimbancos que cometeram alguma falha e escolheram ou foram
escolhidos para assumir essa roupagem espiritual com o fim de redimirem seus
erros pretéritos. Outros são espíritos mais evoluídos que optaram por orientar
os seus médiuns. Em seus trabalhos de magia, o exu corta demandas, desfaz
trabalhos malignos, feitiços e magia negra, efetuados por espíritos sem
evolução. Ajudam a limpar ambientes, retirando os obsessores e os encaminhando
para à luz ou para que possam cumprir suas penas no astral inferior.
Exu
Tranca-Ruas.
Uma
verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços
prestados a quem procura ajuda em um terreiro de Umbanda.
Alguns
espíritos, que usam indevidamente o nome de exu, procuram realizar trabalhos de
magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um
espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento
doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro exu,
atraindo os obsessores ainda ignorantes e procurando trazê-los para suas
falanges que trabalham visando à própria evolução.
O chamado
exu pagão é tido como aquele sem luz, sem conhecimento e pouca evolução, ainda
não pronto para o despertar à caridade. É o mesmo que kiumba.
Já o exu
batizado é uma alma já sensibilizada pelo bem que já evoluiu e trabalha para o
próximo, dentro do reino da Quimbanda, por ser uma força ajustável ao meio
podendo intervir como um policial que penetra nos reinos da marginalidade para
fins de resgate e limpeza.
Não se deve,
entretanto, confundir um verdadeiro exu com espíritos zombeteiros,
mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem ou deveriam receber a
denominação de kiumbas e que, não raro, mistificam e iludem os presentes, se
passando por guias.
Para evitar
essa confusão, não se concede aos chamados exus pagãos a denominação de exu,
classificando-os apenas como kiumbas. E reserva-se para os ditos exus batizados
e coroados a denominação de exu.
Os exus mais
evoluídos são chamados de exus coroados.
EXU CAVEIRA.
Segundo o
livro Legião de Robson Pinheiro, os Exus Caveiras são guardiões que utilizam-se
do símbolo da caveira (não que eles sejam caveiras, é apenas uma simbologia,
afinal seu trabalho é no cemitério - símbolo óbvio). Esses guardiões guardam os
cemitérios, pois há ladrões de ectoplasma, como os magos negros que se utilizam
dos vampiros astrais e dos quiumbas para conseguir seu intento. Este ectoplasma
são restos vitais que ficam no cemitério após o sepultamento dos recém
desencarnados (energia material).