VANDALISMO MANCHAM PROTESTO EM SANTOS
A tentativa
de assalto a um posto de combustíveis, no Valongo, em Santos, manchou a
manifestação do Movimento Passe-Livre, que ocorria de maneira pacífica e
civilizada na noite de hoje (20). Mais de duas mil pessoas marcharam pelas
principais vias da Cidade. A expectativa era reunir mais de quatro mil pessoas.
A manifestação encerrou por volta das 20h30.
Durante toda
manifestação, os principais líderes do movimento se preocupavam em conter atos
de violência e vandalismo. Por diversas vezes gritos como “sem vandalismo”,
“sem violência”, foram entoados pelos manifestantes.
O protesto
ocorria de forma organizada e durante a passagem pela Avenida Martins Fontes,
um adolescente trajando camisa laranja, bermuda azul e boné aproveitou o
momento para tentar assaltar um posto.
O meliante
se aproximou do estabelecimento e abordou uma funcionária, pedindo a chave da
loja de conveniências. Ele tentou arrombar a porta da loja com chutes. Nesse
momento, manifestantes tentaram impedir a ação criminosa. Ao ver a aproximação
do grupo, o rapaz sacou um revólver e realizou três disparos para o alto,
fugindo do local.
Na hora dos
disparos muitos manifestantes se retiraram. Minutos depois, a marcha foi
retomada e o manifesto seguiu até a entrada da Cidade, ponto final do trajeto.
Policiais
militares acompanhavam à distância o percurso da manifestação, iniciada na
Praça dos Andradas, às 18h. Cerca de 100 soldados foram destacados para
escoltar os protestantes.
Cerca de
duas mil pessoas participam da manifestação, em Santos (Foto: Murilo Paiva/DL)
Caminhada
A
concentração da manifestação contra o aumento das tarifas de transporte
coletivo foi marcada para às 17h, na Praça dos Andradas, próximo a Rodoviária
de Santos. Milhares de pessoas tomaram rapidamente a praça e esperavam o
momento de saída para a caminhada. A manifestação era formada por muitos jovens
que com cartazes mostravam suas insatisfações.
Segundo o
metalúrgico Manoel Teixeira, de 55 anos, a falta de liderança atrapalha a
manifestação. “Eu vejo com preocupação. O movimento foi iniciado após ficarmos
um bom tempo omisso, assistindo tudo. A falta de um líder deixa o pessoal
desorientado. É necessário um líder para dar segmento ao protesto. Tirando
isso, é maravilhoso participar de um momento como esse”.
Na opinião
do corretor de imóveis Luiz Fernando Bernardo, de 55 anos, a aparição de uma
liderança pode atrapalhar as manifestações. “A pessoa que se colocar como líder
pode ser visto como oportunista, que está querendo a chance para se aparecer. A
pessoa pode ficar mal vista. Mas está fazendo as coisas de maneira correta”.
Às 17h50, os
manifestantes começaram sua luta, com gritos de “o povo acordou”. Vinte minutos
depois, o grupo entrou no Terminal de Ônibus de Santos. A ideia dos
protestantes era liberar as catracas do terminal para a população não ter que
pagar a passagem de ônibus. No entanto, os coletivos foram desviados e não
entraram no local.
Logo após, o
grupo seguiu pela Avenida Martins Fontes, até o entroncamento com a Rodovia
Anchieta, onde permaneceram até o final do protesto, às 20h30.
Objetivos
Na noite de
quarta-feira, supostos líderes do movimento divulgaram um panfleto descrevendo
os objetivos da manifestação. Entre as reivindicações estão: diminuição das
tarifas municipais e intermunicipais, passe livre para estudantes, professores
e desempregados, integração com o transporte intermunicipal, além de não
obrigatoriedade do uso do cartão transporte para pagamento de passagem, volta
dos cobradores e melhoria da qualidade do transporte público.
Um dos
representantes da manifestação subiu em um carro de som e reiterou: “Só vamos
parar quando a Prefeitura de Santos reduzir a tarifa de ônibus”.
Reportagem é
barrada
Durante o
tempo em que permaneceu na Praça dos Andradas, Diário do Litoral tentou
participar de uma reunião de supostos líderes do movimento. Nesse intervalo de
tempo, a Reportagem apurou que o grupo de manifestantes era responsável por
definir as diretrizes do manifesto.
De maneira
truculenta, a Reportagem foi expulsa do local pelos manifestantes. Logo depois,
um jovem se aproximou e pediu desculpa pela atitude dos companheiros.
Invasão no
Assaí
Pessoas
invadiram o Assaí Atacadista, no Saboó, por volta das 20h30. Policiais
militares atiraram para conter os marginais. Ninguém ficou ferido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário