terça-feira, 13 de agosto de 2013

CUIDADO !!!!! COM O GOLPE BOA-NOITE CINDERELA









CUIDADOS COM O GOLPE BOA-NOITE                                                 CINDERELA.

Cocaína
Anfetamina e análogos
Álcoois
Inalantes
Opiáceos e opióides
Maconha
Anticolinérgicos
Drogas da noite
Drogas usadas em assaltos e estupros

Medidas de prevenção
Intoxicação por Drogas de Abuso  



“Rape Drugs” é o termo usado para designar certo número de drogas que tem como característica comum, o fato de deixarem indefesas as pessoas que as utilizam. São geralmente inodoras, incolores e sem sabor, facilmente adicionadas a uma bebida, sem o conhecimento da vítima. Há pelo menos três tipos de rape drugs : GHB, Flunitrazepan e Quetamina. Têm sido utilizadas também para ajudar na prática de outros crimes, como roubo. O Termo “Boa Noite Cinderela” tem origem no uso dessas drogas para dopar vítimas em potencial de assalto ou abuso. Essas drogas também são bastante difundidas entre jovens freqüentadores de festas “raves”.

As principais substâncias encontradas no Brasil são:

• Benzodiazepínicos: flunitrazepam (Rohypnol®).
• GHB ou ecstasy líquido.
• Quetamina: special K, kit kat
1. Flunitrazepam

Produto do grupo dos benzodiazepínicos fluorados, o flunitrazepan, conhecido no comércio sob o nome Rohypnol®. Sua comercialização está autorizada em muitos países, inclusive europeus, como regulador dos distúrbios do sono, mas é proibido na América do Norte. Ele é usado como “rape drug”.
Toxicocinética
Após a administração oral, puro ou misturado em bebidas sua absorção é quase total. Ele tem um início de ação rápido, em 30 min, com pico plasmático em 2 horas. Só 10% a 15% são metabolizados durante sua primeira passagem pelo fígado, resultando numa biodisponibilidade de 85%, mas o produto é quase totalmente transformado antes de sua excreção (2% eliminado pela urina sob forma intacta). Os principais metabólitos ativos são 7-amino-flunitrazepam e o N-dimetil-flunitrazepam e ambos são eliminados pelos rins após glicuroconjugação. A meia-vida de eliminação do metabólito ativo N-dimetil-flunitrazepam é de 23 a 33 horas.

Da dose administrada por via endovenosa, 50% são eliminados entre 16 e 35 h.
Potencialização pelo álcool e outros depressores do sistema nervoso central.

Quadro clínico e toxidade
Seu mecanismo de ação se deve à sua alta capacidade de fixar-se em sítios específicos do sistema nervoso central (receptor GABA - benzodiazepínico), facilitando e potencializando o efeito inibitório mediado pelo ácido gama-aminobutírico (GABA). Sua afinidade guarda estreita relação com sua potência neurodepressora.

A dose terapêutica para adultos é de 0,5 a 1 mg; e, em casos excepcionais, pode ser elevada a 2 mg. Em idosos, administra-se 0,5 mg e, em circunstâncias especiais, a dose pode ser elevada para 1 mg.
Há relato de óbito em adulto, com uma ingesta de 28 mg.

A dose tóxica estimada em crianças é de 0,015 a 0,030mg/kg.
Em doses elevadas, o flunitrazepam causa amnésia anterógrada severa (perda da memória recente secundária ao efeito da droga), desorientação, confusão, perda de consciência, hipotensão, perda do controle muscular, depressão respiratória e, mais raramente, coma e morte.
Diagnóstico
Ele se baseia na anamnese detalhada e no exame físico.
O diagnóstico laboratorial se faz por busca de benzodiazepínico em cromatografia em camada delgada, que constitui um teste rápido.



Tratamento
Como acontece com muitos produtos tóxicos, o tratamento é sintomático e requer medidas de suporte.
Caso raro, os benzodiazepínicos têm um antídoto específico que é o flumazenil (Lanexat®), comercializado em ampolas de 5 mL com 0,5 mg (0,1 mg/mL) de produto ativo.
As doses são, para crianças - 0,01 mg/kg, a cada 30 segundos, até haver recuperação da consciência ou até atingir um total de 1 mg e, para adultos, 0,3 mg, a cada 30 segundos, com um máximo de 5 mg.
A dose de manutençãoé de 0,2 a 1 mg/h em infusão contínua.





2. Quetamina      

Definição
A quetamina é um derivado da fenciclidina (PCP), criada em 1962 para ser usada como anestésico dissociativo para uso humano (cirurgias rápidas) e, principalmente, veterinário. Começou a ter funções recreativas nos anos 70 devido a seus efeitos alucinógenos. Atualmente está integrada no contexto de festas rave e como “rape drug”.
Ela é encontrada sob a forma de pó branco, líquido ou tablete, podendo ser consumida por via oral, inalada ou venosa.
Sinonímia
Hidrocloridrato de Quetamina: Special K, Vitamina K, Kit Kat, Super cid, Ketalar®, Ketaset®.
Mecanismo de ação
Antagonista não competitivo do receptor glutamatergico N-Metil-D-Aspartato (NMDA).
Induz anestesia sem depressão respiratória.
Inibe recaptação de noradrenalina, dopamina, serotonina.

Atua nos receptores colinérgicos do SNC (bloqueio neuro-muscular) e nos receptores opióides (Analgesia).
Farmacocinética
Início de ação: EV- de 30 a 40 segundos, IM - de 3 a 8 minutos, inalada – de 5 a 15 minutos e oral – de 5 a 30 minutos.

Duração da ação: Os efeitos primários da quetamina duram aproximadamente entre 30 a 45 minutos quando injetada, 45 a 60 minutos quando inalada, e entre 1 e 2 horas quando ingerida oralmente.

A metabolização se dá por via citocromo P-450 gerando metabólitos ativos.
A excreção se dá por via renal como metabólitos conjugados.
Meia-vida de 2 h, efeitos agudos por +/- 3h.
Quadro clínico e toxidade
Dose anestésica: 2 a 10 mg/kg.
As doses recreacionais variam de 30 a 300 mg. A dosagem para a quetamina inalada varia amplamente de 15 a 200 mg. Quando administrada IM, a dosagem varia geralmente entre 25 e125 mg. O uso oral normalmente demanda maior quantidade, entre 75 a 300 mg.
A dose letal mínima não está bem estabelecida. Há relatos de óbitos com doses de 900 a 1000 mg.

Baixas doses à Dissociação: alucinações, ilusões, desrealização, despersonalização, desaceleração do tempo, estado onírico, percepções extracorporais, atenção, aprendizagem e memória ficam prejudicados.

Doses maiores: vômitos, distúrbios da fala, amnésia, taquicardia, hipertensão, midríase, agitação, delirium, intensa dissociação (K-hole, K-Land), experiências “near-death”, hipotermia, Distúrbios visuais e flash-backs.

Em casos mais graves, depressão respiratória, apnéia, convulsões, rabdomiólise.
Diagnóstico
Anamnese e exame físico
Toxicológico: CCD positivo para PCP (Fenciclidina).
Tratamento
Medidas de descontaminação G.I. quando indicado.
Tratamento sintomático e suporte ventilatório se necessários.

Matéria já existente.


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