No dia 26 de
junho de 2013, a Câmara dos Deputados em Brasília, aprovou projeto de lei que
destina 75% dos royalties provenientes da extração de petróleo e gás natural do
Pré-sal para a educação. Os 25%
restantes serão destinados para a saúde. Apesar de o Brasil ter investido mais
em educação entre os anos 2000 e 2010, as demandas e carências na qualidade do
ensino, na valorização dos professores e dos aparelhos de ensino ainda são
altas.
plataforma
petroleoDevemos considerar que a população não é um objeto estático, as
gerações nascem, crescem e se desenvolvem, necessitando de boas escolas
públicas e privadas nas diferentes regiões do Brasil. Porém, com mais verba
disponível, devemos repensar a pedagogia a ser implementada no nosso país.
Bastaria somente construir e reformar mais escolas, digitalizar integralmente
as salas de aula com computadores e tablets e aumentar consideravelmente o
salário dos professores?
Além dos
objetivos citados acima, o Brasil precisa renovar a sua visão de sociedade, de
direito social, de acesso e interpretação da realidade do cotidiano e dos
livros. Devemos nos enxergar como brasileiros, herdeiros da África, da
Península Ibérica e de todos os traços culturais que nos formaram; além de nos afastarmos
da autoalienação imposta por uma escola limitada transmissora somente de regras
gramaticais, fórmulas matemáticas e decorebas de mapas e fatos históricos.
A escola
precisa ensinar o aluno a pensar, a interpretar, a planejar e a viver
utilizando o conhecimento como instrumento de apoio e não como objeto final de
aprovação acadêmica. Outra questão que me preocupa é a arquitetura do
conhecimento sobre ecologia aplicado nas escolas brasileiras, principalmente,
no ensino fundamental. Sabemos que em escolas públicas e privadas, há bons
trabalhos de ensino sobre assuntos ambientais iniciados por professores
dedicados, independente da matéria que lecionam.
Porém, no
Brasil, numa visão geral, a educação ambiental ainda não está profundamente
presente nas salas de aula independente dos livros de biologia. Mesmo sendo uma
competência inserida na biologia, acredito que as questões ambientais devem ser
abordadas pelo professor de história do Brasil, ao relatar, por exemplo, sobre
os impactos ambientais da expansão da
monocultura da cana-de-açúcar no
Nordeste na época do Brasil Colônia; pelo professor de geografia ao relatar as
divisões geográficas de nossos estados, inserindo a visão das fronteiras
agrícolas e a responsabilidade de cada estado sobre determinados biomas e
ecossistemas; e até mesmo, pelo professor de química, para explicar o
comportamento do carbono na atmosfera em regiões cada vez mais afetadas pela
poluição atmosférica.
Precisamos
retirar a educação ambiental brasileira da superfície, a ecologia precisa ser
mais inserida nos livros didáticos de todas as matérias. O professor de física
necessita ter computadores em sala capazes de simular os desequilíbrios
climáticos respeitando o entendimento básico de nossos alunos.
O pré-sal é
gerador de combustível fóssil poluente, nada mais consciente do que utilizar
seus recursos para ensinar e conscientizar nossos jovens sobre as questões
ambientais iminentes.
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