terça-feira, 9 de julho de 2013

ESTUDO GARANTE QUE O DINHEIRO TRAZ A FELICIDADE.




Se pra você felicidade for algo subjetivo, uma construção pessoal, um valor interior mais do que exterior – e é o que felicidade significa para a maioria das pessoas -, então é certo que o dinheiro por si só não traz felicidade. Mas também não significa o oposto: que ele traga infelicidade, embora essa seja uma crença introjetada por muitos. Porque o dinheiro proporciona conforto, permite que você tenha um plano de saúde, uma boa casa, acesso a melhores escolas, enfim, uma vida mais digna do ponto de vista material. Agora, se ele também vai contribuir para gerar a sensação de felicidade, isso é algo particular e que dependerá de suas crenças.
Quem tem dificuldade em tomar decisões pode angustiar-se com a liberdade de escolha que o dinheiro traz. Ou, mesmo sem se dar conta, pode associar a ideia de ganhar mais – algo que deseja! – com a possibilidade de investir errado e perder tudo, com o medo de ser assaltado, com a inveja dos amigos e parentes ou com a expectativa de desavenças familiares. Lá no fundinho, ainda que não admita, a pessoa crê que ocorrerá alguma desgraça para “compensar” esse prêmio, e tal crença pode levá-la a sabotar o próprio êxito financeiro. É como se para ter menos problemas a solução fosse ter menos dinheiro.
Gente assim vive um conflito: padece por não ter dinheiro e padece com a hipótese de tê-lo, receando as consequências que sempre vê como negativas.
Esse conflito envolvendo dinheiro é reforçado por uma interpretação cristã muito disseminada no Brasil: a de que é nobre ser desapegado das coisas materiais ao mesmo tempo em que se trabalha com dedicação. Em países cuja cultura religiosa é a de que “Deus ajuda quem se ajuda”, o dinheiro é bem-vindo porque é uma materialização dos talentos concedidos por Deus, desde que obtido por meios éticos, é claro.
O conflito tem solução?
Tem sim, e a primeira coisa é reconhecer que os pensamentos associando dinheiro à desgraça, culpa e infelicidade não são racionais, costumam ser herdados dos familiares e devem ser questionados. Afinal, se trabalhamos com dedicação é justo desfrutar da recompensa. Desejar a felicidade, as coisas boas, e ter medo de perdê-las é até certo ponto natural. O que não é natural é ser refém dessa sensação. E para livrar-se dela é necessário atualizar nossas crenças, conquistas e competências.
Isso é libertador porque nos permite escolhas pautadas por nossos projetos de vida e valores, ao invés de seguir crenças e mitos sociais cuja prática se revela ineficaz… e infeliz.


Dinheiro pode não comprar amor, mas pode comprar felicidade. O segredo é: você tem de gastá-lo com outra pessoa. Pesquisadores da University of British Columbia (UBC) e da Harvard Business School relatam na Science que pessoas que gastam bastante com presentes para outros e fazem doações para caridade são mais felizes que seus pares. Como parte do estudo, os psicólogos da UBC deram uma bolada de dinheiro para os voluntários gastarem; metade deles foi instruída a gastar consigo mesmo e a outra a gastar com outras pessoas. Os que gastaram com outros avaliaram a si mesmos como sendo mais felizes, em média, do que os que gastaram com eles próprios. As descobertas combinam com as de uma pesquisa feita com 16 pessoas da Harvard Business School em que se pediu a elas para medir sua felicidade antes e depois de receberem bonificações em dinheiro. Os que gastaram sua grana com outros avaliaram a si mesmos como mais felizes do que os colegas de trabalho que deixaram de dividir sua riqueza. “Essas descobertas sugerem que alterações bem pequenas na distribuição de gastos, algo tão pouco como US$ 5, pode ser suficiente para produzir ganhos reais de felicidade em um determinado dia”, diz a autora do estudo e psicóloga da UBC Elizabeth Dunn.

O dinheiro traz felicidade e ter mais dinheiro deixa as pessoas mais felizes, independentemente de já terem o suficiente para se manter, garantem cientistas especializados em economia em um estudo publicado nesta segunda-feira.

 Médico ensina como a sua mente pode te ajudar a ser feliz
Embora o vínculo entre dinheiro e bem-estar não surpreenda, o novo estudo contradiz pesquisas anteriores que sugeriram que este efeito diminuía acima de um certo nível de renda, que permite às pessoas atenderem às suas necessidades básicas.

Os economistas da Universidade de Michigan Betsey Stevenson e Justin Wolfers afirmam em seu artigo, pulicado na edição de maio do periódico "American Economic Review, Papers and Proceedings", que não há evidências de um ponto "de satisfação" na equação dinheiro-felicidade.

"Não encontramos evidências de um ponto de satisfação", escreveram.

"O vínculo entre renda e bem-estar que encontramos quando examinamos apenas os pobres é semelhante àquele encontrado quando examinamos apenas os ricos", destacaram.

Eles descobriram que o vínculo é válido "ao se fazer comparações cruzadas entre países ricos e pobres assim como ao se fazer comparações entre pessoas ricas e pobres de um país".

O estudo é o mais recente de um campo que rende muita discussão e parece contradizer uma teoria denominada "Paradoxo de Easterlin", desenvolvida em 1974 por Richard Easterlin, que está na Universidade do Sul da Califórnia.

A pesquisa de Easterlin, baseada em consultas feitas no Japão, sugeria um pequeno ou nenhum aumento na felicidade nacional apesar do milagre econômico que o país viveu após a Segunda Guerra Mundial.



Estudos posteriores apontaram para uma renda anual nos Estados Unidos de US$ 75.000 e em países pobres numa faixa entre US$ 8.000 e US$ 25.000, além da qual o dinheiro não impactaria mais o bem-estar.

Mas Stevenson e Wolfers afirmaram que a pesquisa demonstrou que o Paradoxo de Easterlin e teorias similares simplesmente estão equivocadas.

"Se houver um ponto de satisfação, ainda não o alcançamos", afirmaram.

"Nós não encontramos evidências de uma quebra significativa, tanto na relação felicidade-renda, quanto na relação satisfação-renda, mesmo com rendas anuais acima do meio milhão de dólares", acrescentaram.

Stevenson e Wolfers usaram dados de três diferentes estudos cruzados entre países, incluindo a consulta Pew Global Attitudes, a pesquisa Gallup World Poll e o International Social Survey Program.

"Eles demonstram uma clara relação entre o nível médio de bem estar em um país com sua renda média", escreveram.

"Enquanto os ganhos com a renda ficam mais lentos à medida que os países enriquecem, eles nunca desaparecem. Dobrar a renda de um país tem o mesmo impacto no bem estar de seus cidadãos, independente do ponto inicial", emendaram.

Stevenson e Wolfers, que também é um membro não residente da Brookings Institution, têm feito estudos nesta área há anos e a última pesquisa sustenta suas conclusões de um estudo de 2008.


"Enquanto à ideia de que há algum nível crítico de renda além do qual a renda não impacta mais o bem-estar (...) trata-se de algo em desacordo com os dados", concluíram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário