terça-feira, 23 de abril de 2013

A MODA AGORA É VESTUÁRIO MEDIEVAL...

     ESCOLA FV.FABIO VICENTINI TREINAMENTO PARA HABILITADOS.

 

Vestuário medieval:


As roupas e os sapatos da época eram bastante volumosos e escondiam quase inteiramente o corpo, especialmente o da mulher. As mais jovens até chegavam a revelar o colo, mas a Igreja sempre desaprovou os decotes. Pode-se dizer também que já existia moda, naquele tempo, com a introdução de novidades na forma de vestidos, chapéus, sapatos, jóias, etc.
Vestuário básico das mulheres incluía roupa de baixo, saia ou vestido longo, avental e mantos, além de chapéus com formas as mais variadas (imitando a agulha de uma torre, borboletas, toucas com longas tiras) e exagerados (em alguns locais foi preciso alterar a entrada das casas para que as damas e seus chapéus pudessem passar). Na época, cabelos presos identificavam a mulher casada, enquanto as solteiras usavam cabelos soltos.
As cores mais usadas pelas mulheres eram o azul real, o bordô e o verde escuro. As mangas e as saias dos vestidos eram bufantes e compridas. As mais ricas usavam acessórios, como leques e jóias.
Para os homens, o vestuário se compunha de meias longas, até a cintura, culotes, gibão (uma espécie de jaqueta curta), chapéus de diversos tamanhos e sapatos de pontas longas. Os tecidos variavam de acordo com a condição social dos cavaleiros, o clima, a ocasião e local e, nos dias de festa, por exemplo, usavam ricas vestimentas, confeccionadas com tecidos orientais, sedas, lã penteada e veludo. E festa é o que não faltava, o ano inteiro, nas feiras e nas datas religiosas e profanas da Europa Medieval. Tanto nos castelos quanto nas vilas, aldeias e cidades, em tempos de fartura, tudo era motivo para comer, beber e dançar, com fantasias, máscaras, procissões, muita alegria e até certos excessos.
Os camponeses, apesar do sofrimento e a da penúria, gostavam de festas, danças e músicas. Várias danças folclóricas européias originam-se de festas e danças populares medievais.

BRUEGEL, Pieter. Dança dos camponeses. 1568. Óleo sobre madeira de carvalho: colorido; 114 x 164 cm. Museu Kunsthistoriches, Viena.





Algumas peculiaridades sobre a sociedade feudal

OS CASTELOS



Castelo da época do feudalismo

Os senhores feudais moravam em castelos fortificados, erguidos em meio às suas terras. Até o século X, eram, geralmente, de madeira. Com o enriquecimento dos senhores feudais, os castelos passam a ser construídos de pedra, formando verdadeiras fortalezas. Dentro dele viviam, monotonamente, o senhor, sua família, os seus domésticos e, em caso de guerra, todos os vassalos que ali se abrigavam do inimigo comum. O interior do castelo era amplo, mas frio, espartanamente mobiliado, oferecendo pouca comodidade. As únicas diversões eram, especialmente nos dias chuvosos, os cânticos dos jograis e as graças dos bufões. Em dias de sol, periodicamente, o senhor do castelo saía à caça, ou promovia torneios com cavaleiros vizinhos, disputando alegremente o jogo das armas.

OS SERVOS DA GLEBA

Os mais humildes dos vassalos eram os servos da gleba, que, de tão humildes, não tinham vassalos. Era o mais baixo degrau da sociedade feudal. Além de terem de lavrar a terra de seu suserano, davam-lhe o melhor de suas colheitas. Na guerra deviam lutar a seu lado, às vezes armados apenas com paus ou precárias lanças. Estavam sujeitos a prestar todo e qualquer serviço a seu senhor. Não podiam casar, mudar de lugar, herdar algum bem, se não tivessem a permissão de seu senhor. Moravam em miseráveis choupanas, nas próprias terras de seus suseranos.

ORDÁLIO

Era o costume de submeter o acusado, de um crime a um perigo, para ver se era culpado. (Por exemplo: colocar a mão em água fervendo; segurar um ferro em brasa. Acreditava-se que, se inocente, Deus produziria um milagre, não deixando que algum mal acontecesse ao presumível culpado). A Igreja lutou contra esse costume, procurando extingui-lo.

OS DUELOS

Os nobres costumavam praticar o duelo, para resolver suas questões pessoais. Também contra isso lutou a Igreja, que procurou levar o julgamento dos crimes aos tribunais dos príncipes e senhores, a quem caberia administrar a justiça.

A MULHER

A mulher na sociedade feudal era considerada um mero instrumento, máquina de procriação e objeto de propriedade e posse exclusiva do marido, seu amo e senhor. Não tinha qualquer direito, sequer o de escolher seu futuro marido e quando queriam se casar.

O LENDÁRIO CINTURÃO DA CASTIDADE

Era um artefato de ferro ou de couro que os homens colocavam em suas mulheres e que tinha uma tranca (ou uma espécie de cadeado) para impedir que elas, na ausência de seus maridos, mantivessem relações extraconjugais. O cinto de castidade tinha apenas um orifício (não dois como desenham muitos historiadores e artistas plásticos que tentam resgatar o mito dessa odiosa peça) por onde saiam às fezes e a urina da mulher. O grande problema era que, por não poderem fazer sua higiene, as mulheres acabavam vítimas de infecções urinárias graves por Escherichia coli, uma bactéria que é constituinte da flora normal do intestino, mas que no sistema urinário causa uma infecção gravíssima e que pode causar nefrite, nefrose e levar à morte. Muitas morriam ainda muito jovens por causa desse tipo de costume.

A HOMOSSEXUALIDADE

Praticamente não existiam homossexuais declarados e assumidos na idade média, pois a Igreja Católica os punia severamente e, diante do quadro de horrores a que estavam sujeitos, nenhum homem se declarava homossexual ou assumia sua condição e opção sexual.

HÁBITOS

A higiene na idade média era o ponto fraco, tanto que possibilitou o alastramento de doenças que quase dizimaram com toda a Europa medieval, especialmente a Peste Negra (peste bubônica) que exterminou quase dois terços da população.

ALIMENTAÇÃO

Basicamente carne de caça, alguns animais domésticos e vegetais.

LAZER

A diversão dos homens, cavaleiros, suseranos, servos eram, em grande parte os duelos e das mulheres, cuidar dos filhos.




A Moda na Era Medieval

A Era Medieval foi um período da História Européia que durou do século IV ao século XV. O texto abaixo é dividido de acordo com mudanças significativas da moda do período.

Idade Média – Anos 400 a 1200

Nessa época os europeus estavam preocupados com a sobrevivência, problemas políticos, sociais, guerras e o vestuário era funcional.
Os homens são descritos em túnicas de comprimento variável com cinto e mangas até o punho. Capuz, xales ou mantos protegiam as costas. Usavam também meias (chausses) de vários comprimentos que eram duas peças presas por um cinto embaixo da túnica ou calções (braies) que eram calças que iam até os tornozelos presas no quadril por um cordão. Nos pés, usavam um tipo de calçado de couro que chegava até a barriga da perna ou um modelo usado também por mulheres que exibia um trabalho em couro com tiras que se cruzavam na perna.
Já a túnica das mulheres ia do pescoço aos tornozelos, por baixo usavam uma camisa de linho de decote baixo e mangas curtas. As túnicas eram fechadas com broches, fitas, cintos e fivelas de ouro e prata cravejados de pedras preciosas coloridas.
Durante a Idade Média, a riqueza era mostrada com jóias. O broche usado para segurar o manto era um dos principais itens de decoração.
As mulheres casadas usavam o cabelo preso para cima com auxilio de pentes e grampos e os cobriam com um véu; as solteiras usavam duas tranças de cada lado da cabeça ou os cabelos soltos. Podia-se enfeitar os cabelos com fitas ou fios de ouro.

Os homens saxões usavam o cabelo curto, cacheado e uma barba curta e os escandinavos usavam cabelos compridos.
Nenhuma alteração importante foi feita na Moda Medieval até o séculos XI e XII quando acontece a bifurcação da indumentária, ocorre a diferenciação das roupas masculinas e femininas. O vestuário passa a ter um caráter mais ornamental. As roupas deixaram de ser quadradas para ser modelada ao corpo. Surge o corpete do vestido (para as classes altas) que era moldado justo até os quadris. O os vestidos tornam-se mais acinturados presos com uma amarração nas costas, com pequenos decotes e ornamentados com jóias em ouro na cintura e saia ampla caindo até os pés, às vezes formando uma cauda. A sobreposição dos vestidos era comum, usando-se um vestido longo bem ajustado ao corpo por baixo, com mangas justas e compridas e por cima outro vestido que poderia ser um pouco mais curto com mangas longas e caídas.
Os cabelos eram longos, divididos ou meio ou trançados. Também podiam esconder todo o cabelo com um gorro que se estendia até o pescoço, do tipo que vemos sendo usado por freiras. Havia uma faixa de linho chamada Barbette que passava sob o queixo e as têmporas. Para os homens, toucas de linho cobrindo as orelhas ou chapéu Frígio.
Barbette em Uta von Naumburg e reprodução atual

Idade Média – Anos 1200 a 1350

A produção de tecidos se aumentou e se tornou mais fácil através da invenção da roda de fiar e do tear horizontal. Houve um grande progresso nos tingimentos. Para os ricos, a cor era muito importante. O azul tornou-se moda, sendo adotado pelos reis da França, como sua cor heráldica. Virou moda as mulheres da nobreza se vestirem com cores de suas famílias. As roupas das classes altas e baixas distinguiam-se pela qualidade superior dos tecidos (sedas).
A Moda de vestir-se com cores das Heráldicas:
Havia o vestido longo, ajustado e decotado, fechado por cordões com mangas justas. As sobrevestes tornaram-se populares. Bainhas, golas e punhos podiam ser enfeitados com botões e laços
Os cabelos podiam ser presos, soltos ou repartidos no meio enfeitados com fitas, grinalda de flores, diademas com pedras preciosas, coroas ou tiaras. Podiam fazer longas tranças aumentadas com cabelos falsos ou de pessoas mortas. As mulheres casadas usavam véu sobre os cabelos; as matronas usavam uma touca de linho cobria a garganta (e muitas vezes o queixo), e era usada sob o véu.
Neste século, os homens usavam túnicas lisas, de tamanhos variados e mangas justas, sobreveste e um casaco curto e justo. Debaixo das túnicas vestiam o Brial, e as chausses. As calças em lã, linho ou seda, eram normalmente elaboradas com tecidos listrados ou com cores vivas. A moda eram roupas multicoloridas feitas de dois tecidos contrastantes, um de cada lado, o que foi especialmente popular na Corte Inglesa. Os cabelos eram encaracolados caídos sobre as orelhas. Nos pés, sapatos ou botas de pontas pontiagudas.
Roupa Multicolorida
Os camponeses tinham roupas básicas, simples e funcionais comumente nas cores cinza ou marrom. Os sapatos eram de pano e muitas vezes andavam descalços enquanto trabalhavam.
No século XIV, a Europa viveu o início de uma Pequena Era do Gelo e a lã era o material mais importante para o vestuário. A seda ainda era o melhor tecido, o mais caro, vindo do Oriente. A moda se tornou um indicador de riqueza e status.
O homem possuía visual mais exuberante que a mulher. Começaram a usar um manto ou xale longo, largo e sem mangas aberto dos lados, e um sobretudo comprido e largo com mangas longas e amplas. Botões e cintos ornamentados com pedrarias. Cabelos curtos podendo-se usar barba terminada em ponta. Nacabeça capirotes (barrete ou gorro em forma de crista), chapéu cônico, cilíndrico ou chaperon de abas acolchoadas e uma tira de tecido caindo até os ombros. Os sapatos eram feitos de couro e tinham inúmeros estilos ou então, botas fechadas com fivelas que cobriam a perna até ao joelho. Os calçados terminavam em uma ponta fina e longa na frente.
Capirote e chaperon
Os vestidos femininos do século XIV, eram simples e elegantes. A túnica, reta nos ombros tinha a saia larga, drapeada e com cauda. Lá por 1350, o corpete externo foi inventado, sendo que ele e a saia (costurandos juntos) podiam ser um de cada cor. As vestes eram fechadas com cordões na frente, do lado e a raramente nas costas. A sobreveste era feita de tecido mais valioso e tinha mangas mais curtas. As mangas eram justas até o cotovelo e a parte e trás caía até os joelhos. O casaco contornava as formas do corpo.
Os cabelos eram divididos ao meio e levantados sobre as orelhas formando um caracol e presos com redes (crespine). Neste século, era impressionante a variedade de enfeites de cabeça que se tornaram mais elaborados ainda nos anos seguintes. Os calçados eram iguais aos masculinos: pontudos.

Idade Média – Anos 1350 a 1450

Entre os anos de 1348 a 1350, a peste negra matou um terço da população Européia. Durante a peste era comum entre as mulheres o “Pregnancy Look” (estilo gravidez), elas vestiam um travesseiro sob a roupa para simular estarem sadias o suficiente a ponto de carregarem um bebê no ventre. Quem sobreviveu à peste prosperou, tornou-se rico em um curto espaço de tempo. Mostrar a riqueza adquirida entrou em jogo através da extravagância no vestir.
Homens usando Gibão, Jaquette e beca.
Na moda masculina, o gibão (um tipo de casaco abotoado na frente) podia ser de vários tipos de tecidos, em geral couro ou algum pano grosseiro de boa qualidade. Nunca tinha ornamentos ou bordados e passou a ser acolchoado para realçar o peito. Tinha mangas bufantes, gola alta e dava a impressão de cintura fina. A peça encurtou tanto a ponto de ser considerado indecente e exigir o uso do codpiece, uma aba (como um tapa sexo estofado) que cobria a frente dos calções masculinos e também guardava pertences. Por cima do gibão, podia-se usar a jaquette, que tinha formato de túnica era justada com cinto ou cordão na cintura e podia ser decorada nos decotes ou punho com pele.

A indumentária italiana era igual à inglesa, francesa e alemã, porém o requinte dos tecidos era maior e lá os casacos justos e curtos (acima do quadril) exibiam uma espécie de saia pregueada enfeitada por um cinto ou fivela.
Lá por 1450, na Borgonha, viu-se o que parece ter sido a primeira ocorrência da moda masculina em vestir-se todo de preto, posteriormente conhecido como o estilo “espanhol” (meados do século XVII), a moda da roupa preta foi iniciada pelo duque francês Filipe, o Bom.

Traje Italiano

Filipe, o Bom
Os cabelos eram curtos ao estilo pajem ou compridos e encaracolados podendo ter uma franja. Não se usava barba, se usassem, eram pontudas acompanhadas de um pequeno bigode.
Desde 1380, os sapatos eram muito pontudos (poulaines), as pontas chegaram a até45 cm de comprimento, sendo a sola de madeira para poder manter a ponta sem estragar ou perder a forma. Esse tipo de sapato durou até a era Tudor.
As roupas femininas do século XIV não sofreram grandes modificações, uma mudança significativa foi o uso da beca, que era acinturada próxima ao busto formando uma cintura alta e tendo uma plenitude sobre a barriga. Essa sobreveste por vezes usava uma quantidade incrível de tecido no corpo e arrastando pelo chão.
Os decotes ainda eram baixos podendo ser em V na parte da frente e de trás; as caudas dos vestidos eram longas, as saias largas. As mangas justas e longas chegavam ao peito da mão e as mangas da sobreveste podiam por vezes se arrastar pelo chão. As mulheres de classe média preferiam roupas simples com bom corte e boas cores. As mangas podiam ser pendentes, longas, em forma de asa ou do tipo saco. Os sapatos eram de bico longo e finos como o dos homens.
Se as vestimentas femininas eram simples, seus adornos de cabeça se tornaram cada vez mais altos e exagerados. Haviam inúmeras formas de enfeites de cabeça e uma imensa variedade de penteados elaborados e fantásticos que duraram até o fim do século XV. No final de 1400, os fios de cabelo que cresciam na testa e nas sobrancelhas eram raspados para que o chapéu fosse a atração principal.
Os cabelos dividos ao meio e torcidos na lateral do rosto eram guardados na crespine (rede de cabelo) que tinha estrutura de arame e era usada nas laterais do rosto e adquiriu uma forma cilíndrica ou esférica e sobre essa estrutura prendia-se o véu.
Havia um adorno chamado “borboleta”: uma estrutura presa a um pequeno chapéu que escondia os cabelos, servia de apóio a um véu diáfano com forma de asas de borboleta. A moda foi popular até 1485.
Tinha também o adorno em forma de coração, onde o véu era usado como enfeite.
Mas foi o Hénnin (ou campanário), que conhecemos hoje como chapéu de bruxa ou de fada que atingiu proporções extremas. Ele surgiu na década de 1400. Era na forma de cone pontudo (70, 80 ou90 cm) em seda ou veludo com um véu preso na parte mais alta. Com o auxílio de vários arranjos de arame o véu era disposto na parte superior do cone e às vezes caía até o chão. Havia também o modelo de dois cones, um de cada lado da cebeça. O hénnin logo evoluiu para uma exibição de status pois exigia que a mulher andasse de maneira lenta e deliberada.
Hénnin de cone ou pré-hennin:
Hénnin no auge das proporções:
O retrato pintado por Jan Van Eyck, “O Casal Arnolfini” de 1435, mostra perfeitamente a moda da época. O homem veste casaco de veludo, camisa preta acolchoada com bordado de ouro nos punhos, meias pretas cobrem suas as pernas. O chapéu indica sua riqueza. No canto inferior esquerdo, um sapato poulaine. A esposa usa uma sobreveste de lã verde com mangas tipo saco e debrum em pele na cor creme e cintura muito alta. Ela não está grávida, apenas usa o famoso “pregnancy look”, comum nesse século, que simula uma gravidez mostrando como ela pode ser fértil para o marido numa época em que a expectativa de vida era baixa e as crianças morriam ainda bebês. A veste de baixo tem a cor azul. Ela também tem os cabelos da testa raspada e usa um crespine com um véu em fino linho.



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